ATA DA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 01-9-2005.

 

 


Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Dr. Goulart, o Pedido de Providências nº 2046/05 (Processo nº 5232/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, a Indicação nº 062/05 (Processo nº 5152/05); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 037/05 (Processo nº 4829/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021/05 (Processos nos 5171, 5172, 5173, 5174 e 5175/05, respectivamente); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 2027, 2028, 2029, 2030, 2031, 2033 e 2036/05 (Processos nos 5209, 5210, 5211, 5212, 5213, 5215 e 5218/05, respectivamente). Também, foi apregoado o Memorando nº 176/05, firmado pelo Vereador João Carlos Nedel, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Professor Garcia representou externamente este Legislativo na abertura oficial da Semana de Educação Física, em comemoração ao Dia do Profissional de Educação Física, realizada hoje, às dez horas, na Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 10515550/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Terceira e Sexagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Trigésima e Trigésima Primeira Sessões Solenes. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Vilson Fermino Bagatini, Delegado do Rio Grande do Sul, Vice-Presidente da Féderación Internationale D’Éducation Physique no Brasil; da Senhora Jeane Arlete Marques Cazelato, Presidenta do Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul – 2ª Região; do Senhor Álvaro Fernando Laitano da Silva, Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul – APEFRS; do Senhor Carlos Pinheiro, representando a Secretaria Estadual da Educação; do Senhor Luiz Celso Giacomini, Presidente da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul – FUNDERGS; e do Senhor Rogério Menegassi, Presidente da Associação das Academias do Rio Grande do Sul – ACAD/RS, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo para solenidade relativa ao transcurso do Dia do Profissional de Educação Física e do sexagésimo aniversário da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul – APEFRS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Professor Garcia, que saudou os visitantes, analisando questões relativas ao crescimento dos cursos de Educação Física no País e à influência na formação da personalidade do indivíduo exercida pelos profissionais que atuam nessa área, em especial junto ao público infanto-juvenil. Ainda, lembrou a aprovação, por esta Câmara, do Projeto de Lei que criou o Dia do Profissional de Educação Física e registrou ter protocolado o Projeto de Lei do Legislativo nº 256/05, que institui, em Porto Alegre, a Semana da Educação Física. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Paulo Ricardo Júlio Rodrigues, representando o Secretário Estadual das Obras Públicas e Saneamento; do Senhor Bráulio Barbosa de Lima, representando a Federação Gaúcha de Futebol – FGF; do Senhor João Guilherme de Souza Queiroga, Presidente da Federação Universitária Gaúcha de Esportes – FUGE; do Professor Vinícios Kaster, Diretor do Jornal 100% Esporte; do Senhor Tarso Antônio Marcadella, Presidente do Fórum dos Profissionais de Educação Física; e do Senhor Vinícios Leal. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Jeane Arlete Marques Cazelato e ao Senhor Álvaro Fernando Laitano da Silva, que salientaram a importância da homenagem realizada por esta Casa, relativamente ao Dia do Profissional de Educação Física e ao transcurso do sexagésimo aniversário da Associação dos Profissionais de Educação Física. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Professor Garcia a proceder à entrega de Diplomas alusivos à presente solenidade aos Senhores Vilson Fermino Bagatini, Jeane Arlete Marques Cazelato e Álvaro Fernando Laitano da Silva e concedeu a palavra à Senhora Jeane Arlete Marques Cazelato, que registrou as presenças do Professor Jaime Werner dos Reis e da Senhora Rosa Pacheco. Também, o Senhor Presidente informou que hoje será inaugurada a Casa da Educação Física, pela Federação Internacional de Educação Física – FIEP, em Foz do Iguaçu – PR. Às quatorze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, Líder da Bancada do PDT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Nereu D’Avila, hoje e amanhã, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente DJ Cássia Gomes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib afirmou que, mesmo com uma maioria de parlamentares honestos, o Congresso Nacional enfrenta hoje situações que envolvem falta de consciência e responsabilidade, o que desgasta a imagem dessa instituição e prejudica a democracia brasileira. Quanto ao assunto, defendeu a efetivação de reformas políticas, como forma de garantir um maior grau de fidelidade partidária e diminuir o número de integrantes de Legislativos do País. Após, o Senhor Presidente registrou presenças de representantes das seguintes entidades: Sociedade de Proteção ao Necessitados – SPAAN, Asilo Padre Cacique, Amparo Santa Cruz, Conselho Municipal do Idoso, Sindicato dos Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul, Federação Gaúcha de Entidades Assistenciais para Idosos, Projeto Consciência e Soroptmist International. Também, registrou o transcurso do aniversário, hoje, da Vereadora Mônica Leal, solicitando ao Vereador Claudio Sebenelo que procedesse à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações à aniversariante. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador José Ismael Heinen questionou a ausência de representantes PETROBRAS em reunião ocorrida na Casa no dia trinta de agosto do corrente, para tratar do Loteamento Jardim Vitória da Conquista. Ainda, solicitou melhorias nos serviços de entrega de correspondência em vilas de Porto Alegre e elogiou palestra sobre cooperativismo proferida pelo Prefeito José Fogaça, no dia vinte e nove de agosto do corrente, na Assembléia Legislativa do Estado. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Adeli Sell, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, na solenidade de entrega do Relatório “O Brasil Contra a Pirataria”, elaborado pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual, ocorrida ontem, em Brasília – DF. Em prosseguimento, foi votado Requerimento verbal de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, o qual obteve nove votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Haroldo de Souza, Claudio Sebenelo, João Antonio Dib, Raul Carrion, Bernardino Vendruscolo e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz e Neuza Canabarro e Não os Vereadores Clênia Maranhão, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Paulo Odone, Professor Garcia e Raul Carrion, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, em face de manifestações formuladas pelo Vereador Carlos Comassetto, o Senhor Presidente prestou informações acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, o Vereador Aldacir Oliboni formulou Requerimento verbal, solicitando que representantes do Governo Municipal intervenham no sentido de que a Direção do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB – receba representantes de moradores do Morro da Cruz, a fim de tratar de problemas referentes àquela comunidade, tendo o Senhor Presidente encaminhado o assunto à Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Ainda, o Vereador Aldacir Oliboni solicitou que a ordem dos trabalhos da presente Sessão seja mantida conforme acordado na reunião do Colégio de Líderes ocorrida no dia vinte e nove de agosto do corrente. Às quinze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, solicitando parecer da Procuradoria deste Legislativo, antes do início da Ordem do Dia, quanto à continuidade da presente Sessão, tendo em vista a inexistência de quórum deliberativo para votação do Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de Souza, acima referido, de alteração da ordem dos trabalhos, tendo o Senhor Presidente informado que, na medida do possível, atenderia o Requerimento do Vereador Professor Garcia. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto abordou o sistema público de segurança a que tem acesso a população porto-alegrense, declarando que os moradores da Zona Sul da Cidade estão sendo aterrorizados por gangues de delinqüentes que se instalaram naquela região. Nesse sentido, solicitou providências da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, informando que protocolará Requerimento para implantação de Comissão Especial na Casa para análise dessa questão. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Professor Garcia, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. A seguir, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se, informando sua intenção de propor um debate, na próxima reunião do Colégio de Líderes, acerca dos Requerimentos formulados pelos Vereadores, de alteração da ordem dos trabalhos das Sessões da Casa. Também, o Vereador Carlos Comassetto procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Requerimento para que seja constituída uma Comissão Temporária e Externa para acompanhar as ações de segurança pública na Região Sul do Município, tendo o Senhor Presidente determinado à Diretoria Legislativa que fizesse tramitar o referido Requerimento. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon comentou os movimentos empreendidos pelos municipários de Porto Alegre na busca de melhores condições salariais e de trabalho. Ainda, pronunciou-se sobre a Assembléia Geral hoje realizada por esses servidores, para avaliação de proposta apresentada pelo Governo Municipal, de implantação de uma política salarial anual, com alteração da legislação atualmente existente, que normatiza reajustes bimestrais para esses trabalhadores. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário da funcionária Ilse Teresinha Boelhouwer. Ainda, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se acerca da ausência de Vereadores durante os trabalhos da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo leu o artigo 94 do Regimento, asseverando ser direito do Vereador apresentar Requerimento de alteração na ordem dos trabalhos nas Sessões deste Legislativo. Ainda, questionou os motivos que levaram o Executivo Municipal a vetar o Projeto de Lei do Legislativo nº 048/05, de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, que estabelece critérios para a entrega domiciliar de medicamentos às pessoas com dificuldade de locomoção. A Vereadora Clênia Maranhão analisou o papel desempenhado pelo Poder Legislativo em um regime democrático, destacando que o Parlamento é um espaço de construção política das legislações a serem seguidas pela comunidade local. Também, manifestou-se acerca da forma como são definidas as pautas das Sessões efetuadas pela Casa, referindo-se ao Requerimento verbal hoje formulado pelo Vereador Haroldo de Souza, de alteração na ordem dos trabalhos desta Sessão. Na ocasião, o Vereador José Ismael Heinen comunicou que o Superintendente do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB – receberá representantes de moradores de assentamento no Morro do Osso, tendo o Vereador Raul Carrion mencionado que um Assessor da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação acompanhará o encontro. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Manuela d'Ávila registrou sua presença, no dia vinte e nove de agosto do corrente, no lançamento da Biblioteca Popular Preto Ghoez, no Morro da Cruz, em Porto Alegre, discorrendo acerca dessa iniciativa e mencionando debate realizado nesse local a respeito do desarmamento. Ainda, manifestou-se favoravelmente ao desarmamento da população civil, comentando dados relativos a mortes de pessoas em decorrência do uso de armas de fogo. O Vereador Ervino Besson saudou a presença o Senhor João Silva e da Senhora Cila Silva nas galerias desta Casa. Também, afirmou que ontem recebeu reclamações de pessoas que estavam em posto do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – da Avenida Otto Niemeyer, em Porto Alegre, chamando a atenção para a baixa qualidade do atendimento prestado nesse posto e criticando o Governo Federal em relação a políticas públicas destinadas à saúde da população. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Maristela Maffei, Margarete Moraes, Ervino Besson e Claudio Sebenelo. Em prosseguimento, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 525/05 (Processo nº 5388/05), informando que se ausentará do Município do dia seis ao dia nove de setembro do corrente, quando participará de Reunião do Comitê Executivo da Federação Latino-Americana das Cidades, Municípios e Associações – FLACMA, a ser realizada em Buenos Aires – Argentina; de nº 257/05 (Processo nº 5389/05), informando que se ausentará do Município nos nove e dez de setembro do corrente, quando participará do evento “Fomentando o Direito”, a ser realizada em Campinas – SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo noticiou sua participação em assembléia dos municipários, realizada hoje, e lembrou que desde abril de dois mil e três essa categoria não recebe a bimestralidade. Em relação ao assunto, afirmou que o Executivo Municipal tem dialogado com a classe municipária, a fim de tentar solucionar o problema, alertando para a importância de o Governo não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Ibsen Pinheiro, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Antonio Mafuz, Publicitário, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion referiu-se a iniciativa que tramita na Casa, acerca dos direitos da comunidade indígena Caingangue, e abordou a posse da nova Diretoria da União Nacional dos Estudantes – UNE. Ainda, analisou encaminhamentos deste Legislativo, com a finalidade de tentar resolver impasses resultantes de ocupações irregulares em relação às comunidades da “Ocupação Anita” e “Vitória da Conquista”. Às dezessete horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz Braz, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Em comparecimento, hoje temos a presença de representantes do Conselho Regional de Educação Física e da Associação dos Profissionais de Educação Física. O assunto a ser abordado é o transcurso do Dia do Profissional de Educação Física e a comemoração dos 60 anos de atividade da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul. A proposição foi feita pelo Ver. Professor Garcia.

Convidamos para compor a Mesa o Professor Vilson Fermino Bagatini, Delegado do Rio Grande do Sul, Vice-Presidente da Federación Internationale D’Éducation Physique no Brasil; Professora Jeane Arlete Marques Cazelato, Presidenta do Conselho Regional de Educação Física; Professor Álvaro Fernando Laitano da Silva, Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul; Professor Carlos Pinheiro, representante da Secretaria Estadual da Educação; Sr. Luiz Celso Giacomini, Presidente da Fundergs e o Sr. Rogério Menegassi, Presidente da ACAD.

Nós queremos dar as boas-vindas a todos e dizer que é uma enorme alegria podermos compartilhar este momento em que comemoramos não só o Dia do Profissional de Educação Física como também a passagem dos 60 anos de atividade da Associação.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente quero dizer da alegria de hoje estarmos comemorando, mais uma vez, o Dia do Profissional de Educação Física. O reconhecimento da profissão de Educação Física - antiga discussão e luta da categoria -, a partir de 1º de setembro de 1998, segundo lei nacional, tornou-se uma realidade.

Eu sempre digo que eu estou Vereador, mas, com muita honra e muita alegria, digo que sou professor de Educação Física. Em 1971, tive a oportunidade de passar no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, em 1973, concluí o meu curso. Durante todos esses anos, tenho lutado pela categoria, e tivemos a grata felicidade de fazer parte do Conselho Federal de Educação Física desde a sua primeira reformulação como conselheiro federal, representante do Rio Grande do Sul. E uma das minhas maiores alegrias é mostrar a minha cédula de identidade de profissional de Educação Física; hoje, no Brasil, nós somos em número de 130 mil, e a minha cédula, aqui no Rio Grande do Sul, é a cédula 0002. Então, é motivo de alegria, motivo de júbilo sentir que estamos fazendo parte da história.

Quero fazer uma saudação especial, além das que já foram feitas, ao Professor Paulo, que representa o Secretário de Obras do Estado do Rio Grande do Sul; quero também citar o provisionado profissional de Educação Física Bráulio Barbosa Lima, o grande Garoto de Ouro, que representa aqui a Federação Gaúcha de Futebol. Quero fazer uma saudação especial ao Professor Gérson Rui, que foi Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física. Todas as vezes que o vejo, Professor Gérson, sempre gosto de dizer - e hoje, novamente, vou dizer publicamente - que o senhor foi uma daquelas pessoas que ajudaram na minha formação pessoal, porque o senhor conseguiu o meu primeiro emprego como profissional de Educação Física no Estado, em 1974, quando atuava como Supervisor dos Estágios e eu trabalhava como acadêmico no Ramiro Souto. Quero fazer uma saudação especial ao meu colega e paraninfo de 1973, Professor Jaime Werner dos Reis - Professor Peixinho -, saúdo também o Professor Tarso Marcadela. Quero fazer uma saudação a todos os colegas e peço escusas por não citar um por um, para não me estender, porque nós temos um tempo determinado para fazer o pronunciamento, e faltam três minutos e quarenta segundos.

O Marcadela hoje representa o Fórum das Entidades da Educação Física, e o Alexandre é o Presidente do Sindicato. Quero dizer que hoje a Educação Física no nosso País é uma profissão consolidada, uma profissão que já tem 14 Conselhos Regionais, e tenho a certeza de que em breve nós teremos Conselhos Regionais em todos os Estados. Hoje somos mais de 130 mil profissionais registrados em apenas sete anos. No Brasil, nós temos mais de 420 faculdades, é um dos cursos que mais crescem. Este ano, por exemplo, para os senhores saberem, na Paraíba, o curso mais procurado na Universidade Federal de João Pessoa foi o de Educação Física.

Quero também fazer uma saudação ao João Guilherme, Presidente da Federação Universitária Gaúcha de Esportes; ao Professor Edgar Meurer, que também representa aqui, embora esteja como titular na Fundergs, o seu trabalho no CETE.

A homenagem que estamos prestando aqui não é somente ao Dia do Profissional de Educação Física, e a isso eu me referi, mas ao que antecedeu a história da Educação Física e que continua presente e fazendo história: a Associação dos Profissionais em Educação Física, que completa 60 anos. E ao Professor Álvaro, hoje titular do colegiado e o presidindo, quero dizer da alegria de nós, como categoria, hoje estarmos representados nesta Casa, que é a Casa do Povo, mostrando que realmente influenciamos. Hoje a Educação Física, no nosso País, representa 3% do PIB nacional, mostrando que influenciamos, sim, na construção deste País e que ajudamos no seu desenvolvimento.

E, quando se fala em APEF, nós temos que fazer uma saudação especial ao mestre dos mestres, que é o Professor Jacinto Targa, que nos deixou, mas que, ao longo desses anos - o Bagatini hoje representa aqui a FIEP -, como Presidente da APEF, como representante da FIEP no Brasil e na América Latina, como Vice-Presidente internacional da FIEP, ajudou muito a construir tudo isso. E é importante que aqueles que nos assistem pela televisão saibam que, hoje, a maior autoridade mundial da Educação Física - e ele representa a Federação Internacional de Educação Física - é um brasileiro, é o professor Manuel Gomes Tubino, que já foi presidente do CND e que representa o Brasil e o mundo no que se refere à Educação Física.

Então, de forma clara, fraterna, eu quero dizer da alegria de poder, hoje, compartilhar tudo isso com os outros 35 Vereadores. Gostaria de registrar que essa profissão é uma profissão que contagia - e eu vejo também o Vinícius, os dois Vinícius, que representam a revista 100% Esporte, que depois vão ser citados como extensão de Mesa -, é uma profissão adorada pelas crianças e, no que se refere aos adultos, mostra uma forma de necessidade de qualidade de vida. Por isso, e cada vez mais, eu digo para os meus alunos que quem quiser trabalhar com atividade física há que se lembrar de que aos fins de semana, enquanto os outros estão desfrutando do lazer, nós estamos exercendo a nossa profissão.

Mais uma vez ressalto a nossa alegria nesta tarde, por esta comemoração ao Dia do Profissional de Educação Física, que também está sendo realizada em todo o Brasil, em mais de cinco mil Municípios. Com muita alegria, em junho de 1999 - ou seja, em menos de um ano depois da criação do Conselho -, esta Casa aprovou, no Município de Porto Alegre, uma lei instituindo o 1º de setembro como o Dia do Profissional de Educação Física. Essa foi a primeira lei em nosso País instituindo o Dia do Profissional de Educação Física no Município, e esse Município foi Porto Alegre. Inclusive, nesta semana nós ingressamos com um Projeto de Lei que, a partir do próximo ano, institui no Município de Porto Alegre a Semana de Educação Física e dá outras providências. Isso vai ressaltar muito a nossa responsabilidade.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradecendo este rápido aparte, quero, em nome da Bancada do PcdoB, constituída pela Verª Manuela d’Ávila e por este Vereador, somar-me às suas palavras e homenagear tão importante data, desejando um profícuo trabalho para essa categoria tão importante para a nossa sociedade.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Agradeço, Ver. Raul Carrion, e tenho a certeza de que o que V. Exª falou é o desejo dos demais Vereadores, porque V. Exas. também ajudaram a fazer - eu vejo o Rogério Menegassi, da ACAD - nesta Casa, por exemplo, a diminuição do ISSQN de 5% para 3%, mostrando a necessidade da construção e da valorização do desporto.

Eu quero agradecer, primeiro, aos representantes dos profissionais de Educação Física que aqui estão, aos meus colegas que estão presentes e a cada um dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras, que têm ajudado a categoria dos profissionais de Educação Física a fazer a história e a mostrar a sua importância. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos registrar, como extensão de Mesa, o Sr. Paulo Ricardo Júlio Rodrigues, representando o Secretário de Obras Públicas e Saneamento do Rio Grande do Sul; o Sr. Bráulio Barbosa de Lima, representante da Federação Gaúcha de Futebol; o Professor João Queiroga, Presidente da FUGE; o Professor Vinícius Kaster, Diretor do Jornal 100% Esporte; o Professor Vinicius Leal; o Sr. Tarso Marcadella, que hoje é também Presidente do Fórum dos Profissionais de Educação Física.

Se não me engano, o nobre Ver. Claudio Sebenelo solicitou Liderança. Como se trata de um comparecimento e há uma proposição já referendada por esta Casa em que o proponente usa seus 10 minutos e a entidade mais 10 minutos, infelizmente não poderei ceder este espaço, a não ser que haja um requerimento dos nobres Vereadores.

A Professora Jeane Arlete Marques Cazelato, Presidenta do Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

A SRA. JEANE ARLETE MARQUES CAZELATO: Boa-tarde a todos. Gostaria de cumprimentar o Ver. Aldacir Oliboni, que está na presidência dos trabalhos. Antes de começar a falar, acredito que é importante ressaltar a presença de todos os colegas que vieram a convite do nosso colega Professor Garcia: Professora Elisa Boareto, Conselheira e Diretora da APEF; Professor De Paula; Professora Jane Pancinha; Professora Luciana Citadin; Professor Vinicius Leal; Professor Vinícius Kasper; Professor Casa Nova e os já citados pela Mesa: nosso colega Professor Álvaro, Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física, entidade que está fazendo 60 anos este ano; Professor Rogério Menegassi, Presidente da Associação dos Proprietários de Academia; Professor Carlos Pinheiro, representando a Secretaria de Educação; Professor Giacomini, da Fundergs, parceiro também nosso; Professor Bagatini, Delegado da FIEP. Se eu deixei de citar algum colega, peço que me desculpe, mas gostaria de dizer que todos são bem recebidos.

Hoje a Educação Física na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil está em festa. Hoje é o coroamento de sete anos de luta que vimos travando para que a Educação Física seja reconhecida no Brasil inteiro. Para dar aula de Educação Física, para ministrar, para orientar a sociedade - e há cinqüenta anos nós lutamos, agora a profissão está regulamentada -, o profissional capaz é o da Educação Física.

Há pouco eu estava falando com o Ver. João Dib, e ele estava me dizendo que faz atividade com um fisioterapeuta. Então, nós comentamos que existem limites de atração do fisioterapeuta e do profissional de Educação Física. É bom que nós trabalhemos juntos: médico, fisioterapeuta e o profissional de Educação Física. Mas as outras profissões que são da área que deveríamos chamar de área da doença, porque tratam da doença, é o médico fisioterapeuta, etc.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo)

 

A SRA. JEANE ARLETE MARQUES CAZELATO: Também, só que o médico tem capacidade para tratar das pessoas que estão doentes, nós não temos essa capacidade. Essa é a diferença. Nós só podemos tratar da pessoa sadia. E trabalhamos junto com o médico, com o fisioterapeuta, com o psicólogo, porque temos que tratar da doença e da saúde. Então, realmente, somos da área da Saúde, junto com os outros profissionais que são tão importantes quanto. E nós temos a condição de sermos chamados de profissionais da Saúde desde 1996.

Aqui no Legislativo, nós precisamos de parceiros. Todos os Vereadores que estão aqui, com certeza, têm ouvido falar muito em Educação Física, pois V. Exas. têm um colega que é colega de todos os profissionais de Educação Física que estão aqui. No Legislativo é que precisamos de parceiros, porque cada vez mais a sociedade precisa ser atendida por profissionais que sejam capazes, profissionais formados para isso, e esse profissional é o da Educação Física. As pessoas perguntam se para caminhar, para fazer qualquer atividade é preciso ter um profissional do lado. Depende. Se uma criança está aprendendo a caminhar, há o pai ou a mãe, tudo bem; agora, se essa criança tem um problema no andar, um problema de motricidade, só quem pode sanar esse problema é o profissional de Educação Física. Nenhuma outra profissão. Se ele estiver doente, se ele tiver algum problema motor, então seria o fisioterapeuta ou o médico; mas, na hora em que ele sarou, que está são, se ele tem que fazer reforço muscular, isso terá de ser feito com o profissional da Educação Física.

Nós estamos em festa, há uma semana que festejamos o nosso dia, porque a sociedade reconheceu a nossa importância e fez a lei que regulamentou a profissão, e quem ganha é a sociedade, porque é ela que vai ser atendida pelo profissional capaz e não por qualquer um. Qualquer um que eu digo são aquelas pessoas que gostam da atividade, como, por exemplo, aquelas que fizeram balé, que fizeram por algum tempo academia e que se dizem profissionais de Educação Física. Isso não pode existir mais. Nós temos uma fiscalização que não permite que isso aconteça.

Então, estamos comemorando sete anos de existência, vencemos muitas lutas, mas a batalha para a saúde continua, e nós contamos com todos os nossos parceiros, nossos amigos Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos a manifestação da Professora Jeane Arlete.

O Professor Álvaro Fernando Laitano da Silva, Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. ÁLVARO FERNANDO LAITANO DA SILVA: Boa tarde! Ao cumprimentar o Ver. Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos, cumprimento todos os demais participantes da Mesa e todos do plenário. Eu estou aqui representando o colegiado que dirige a Associação dos Profissionais de Educação Física e que recebe, na Sessão de hoje, a homenagem do Ver. Professor Garcia pelos 60 anos da APEF, que irão transcorrer no dia 20 de dezembro de 2005.

Quero agradecer ao Ver. Professor Garcia, bem como dizer a todos que a iniciativa do Vereador foi uma coisa maravilhosa para nós, da APEF. Por quê? No Dia do Profissional de Educação Física, a homenagem aos 60 anos da APEF nos traz a recordação de tudo que nós vivemos, principalmente, como a Professora Jeane citou, nas proximidades do ano de 1998, quando a profissão foi regulamentada.

Além disso, enquanto dirigente da APEF, eu quero cumprimentar todos os profissionais de Educação Física pelo Dia do Profissional de Educação Física, que foi instituído há sete anos, no dia 1º de setembro, e agradecer a presença e a parceria de todos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Nós queremos chamar, neste momento, o nobre Ver. Professor Garcia, proponente desta homenagem, para fazer a entrega do certificado alusivo à data comemorativa aos Professores Vilson Fermino Bagatini, Jeane Arlete Marques Cazelato e Álvaro Fernandes Laitano da Silva.

 

(É feita a entrega dos Diplomas.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Srª Jeane Arlete Marques Cazelato está com a palavra para fazer um registro.

 

A SRA. JEANE ARLETE MARQUES CAZELATO: Eu só queria registrar, com muito prazer, a presença de dois profissionais que eu não havia mencionado: a minha colega Rosa Pacheco e o meu querido Professor Jaime Werner dos Reis - o Peixinho -, nosso paraninfo. Um beijo para vocês. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Professor Bagatini está me passando uma informação de extrema importância: hoje a FIEP está inaugurando, em Foz do Iguaçu, a Casa da Educação Física, com 500m² e com um discóbolo com mais de dois metros de altura. Parabéns por esse novo espaço aos profissionais de Educação Física.

A Câmara Municipal de Porto Alegre compartilha dessa alegria, juntamente com todos os senhores, profissionais que aqui compareceram, parabenizando e desejando muito êxito nessa luta, até porque o profissional de Educação Física tem muito a ver, sim, com saúde. Eu sou um profissional da área da Saúde e sei muito bem o quanto é válido o trabalho bem orientado. Nós, que hoje vivemos num mundo globalizado, com uma infinidade de coisas “caindo sobre as nossas cabeças” no dia-a-dia, temos de saber o que é prioritário, o que é importante para nós, para os nossos filhos e para o futuro. Parabéns a todos.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 14h41min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Nereu D’Avila solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 1º a 2 de setembro de 2005.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença do Ver. Nereu D’Avila e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores (Lê.): “Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra; antes, negam-se, excluem-se, repulsam-se mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis; a politicalha é a indústria de explorar o Estado em benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função ou um conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios; a politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.”

Lamentavelmente, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, neste momento nós vivemos no nosso País uma oportunidade em que a politicalha está predominando. Ainda que tenhamos no Congresso Nacional uma maioria de homens respeitáveis e dignos, o Congresso está contaminado, completamente contaminado. Toda a opinião pública está voltada para o que acontece lá na Câmara e no Senado. São sucessões de Comissões Parlamentares de Inquérito. Às vezes eu penso que são comissões para lamentar, porque há uma disputa de beleza entre aqueles que participam das Comissões, assim como querem fazer aqui nesta Casa uma Comissão de 23 Vereadores para relatar para os outros 12.

Acho que nós devíamos ter muito mais seriedade, muito mais responsabilidade. O Presidente da Câmara Federal emite opiniões que envergonham o povo brasileiro. O Presidente da Câmara Federal, do Partido ao qual pertenço, faz declarações que nos envergonham fora do País, que dirá entre nós mesmos!

Os Deputados, os Senadores, quando vão à Comissão Parlamentar de Inquérito, disputam beleza, disputam quanto tempo vão aparecer nos Canais 17 e 18. Parece que não estão em busca de soluções, das quais precisamos urgentemente. Parece que não precisamos de Reforma Política, parece que não precisamos de Reforma Tributária, parece que não precisamos resolver os problemas da Previdência! Enquanto isso o Presidente fica fazendo discursos pelo País afora, nos pequenos Municípios, nas pequenas cidades, buscando para si a simpatia que ele tem o direito de ter, pois ele é o Presidente de todos os brasileiros. Mas não procura a imprensa para dizer tudo o que tem de ser dito, responder a tudo o que tem de ser respondido, enquanto isso nós vamos correndo riscos. Por sorte a nossa economia ainda está estável. Mas os bons políticos estão sendo nivelados pelos politiqueiros.

É por isso, Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, que há muito tempo defendo a redução do número de Parlamentares. Eu já fui até agredido aqui porque um dia disse que não precisávamos de 36 Vereadores - nada contra nenhum dos outros 35. Eu achava sempre que precisávamos de 21 e agora até acho que 11 seria um número melhor. O Congresso Nacional não tem por que ter 513 Deputados quando 30% deles não comparecem quase nunca, mais de 30%! Ontem mesmo votaram e derrubaram o Veto do Presidente da República a uma reposição salarial de 15%. Qual foi o percentual de Deputados que compareceu? Sessenta por cento. Qual foi o percentual de Senadores que compareceu? Sessenta por cento. Então, não precisamos de todos eles e, desses 60%, nós poderíamos, sem dúvida nenhuma, excluir muitos, porque, se há aqueles que fazem da política a arte da conquista do bem comum, há também aqueles que procuram apenas o bem pessoal. Então, é chegado o momento de uma Reforma Política, e eu gostaria que fossem feitas agora, com urgência, duas coisas: fidelidade partidária e diminuição do número de Deputados e Senadores.

Como pode ser Senador o pior dos brasileiros já nascido, Sr. José Ribamar de Araújo Costa? Ele é conhecido neste País por José Sarney, que é Senador pelo Amapá, que ele não deve conhecer. Ele tem lá uma casa, janela, porta, e essa é a casa do Senador que mora no Maranhão e é Senador do Amapá. Esse mesmo brasileiro, que digo que é o pior já nascido, que conseguiu fazer 85% de inflação ao mês, quis vender a sua filha por um Ministério, quis trocar sua filha por um Ministério. Como não conseguiu o Ministério, não fez a troca. Mas, muito ágil, muito rápido de raciocínio quando se trata de trazer interesses para si, para sua família, para seus apaniguados, ele já está defendendo o Presidente da República, porque, se houver o impeachment - espero que não ocorra -, assumirá a Presidência da República essa figura incrível de Severino Cavalcanti. E, dentro de trinta dias, deverá fazer a escolha indireta do Presidente lá no Congresso Nacional.

E o Sr. José Ribamar já está se preparando, já está querendo voltar àquele cargo que ele ocupou e com o qual desgraçou este País. Foi ele que criou o Collor! Foi ele que criou as dificuldades todas que este País enfrenta agora! Foi ele que assumiu dizendo que queria quatro anos e, assim que conseguiu se fixar, disse: “Não, eu quero cinco anos.“ E levou. Esse homem representa uma força muito grande no Congresso Nacional, e nós temos homens sérios que trabalham diuturnamente, procuram soluções. Mas esses não aparecem, porque o destaque sempre é o negativo - são aqueles que infelicitam este País e, conseqüentemente, infelicitam o povo brasileiro.

Nós não conseguimos criar empregos; nós criamos dificuldades. Nós não conseguimos ajudar os pequenos; nós enganamos os pequenos. Nós fazemos discursos, discursos e mais discursos. E no que resultam? Em nada, em absolutamente nada! Ou, se pensarem bem, até piora um pouco. Porque o indivíduo, quando sente uma frustração, fica se sentindo um pouco menos bem, se é possível que ele estivesse se sentindo bem. Mas, se ele estava se sentindo mal, ficará muito mal; mais ainda, porque frustração é das piores coisas; criar esperanças, quando não passa apenas de palavras.

Portanto, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, política é uma coisa muito bonita, mas muito bonita mesmo! Mas é preciso doação! É preciso conjugar o verbo servir e não ser servido! É preciso saber que o político representa aqueles que estão lá na rua esperando soluções, e não soluções pessoais; representam aqueles que precisam e acreditaram nos políticos. E nós, aqui nesta tribuna, em todas as tribunas deste País, temos que representar o povo, e não a nós mesmos. Saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Com muita satisfação, informamos a presença dos dirigentes da SPAAN, do Asilo Padre Cacique, do Amparo Santa Cruz, do Conselho Municipal do Idoso, do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul, da Federação Gaúcha das Entidades Assistenciais para Idosos, do Projeto Consciência e do Soroptmist International. Sejam todos muito bem-vindos. (Palmas.)

Com muita alegria, informamos que a Verª Mônica Leal está de aniversário hoje. Receba os cumprimentos da Casa. Peço que o Ver. Sebenelo entregue o cartão em nome de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa. Parabéns.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Presidente, distintos e nobres colegas Vereadoras e Vereadores desta Câmara, entidades aqui presentes, senhores e senhoras, imprensa, são dez minutos que nós temos de Grande Expediente a cada dois, três meses. Eu teria muita coisa para falar, mas neste momento tenho a felicidade de, em público, dar os parabéns à minha colega Mônica Leal, desejando a ela um continuado sucesso em sua carreira e em todos os seus idealismos.

Quanto aos problemas políticos, começo a tecer alguns comentários a respeito da comunidade de Porto Alegre. Desde que assumimos o mandato, aprendemos, Verª Neuza, a conhecer melhor a nossa Cidade. Começamos a caminhar por recintos e locais a que antes não chegávamos, não sabemos por quê. Decorridos seis meses, sinto que alguns momentos me trazem orgulho, muito orgulho, mas também há momentos de não muito orgulho até, falando da sensibilidade da minha alma, momentos de tristeza. Principalmente porque faço parte de uma Comissão, a CUTHAB, que trata de problemas de urbanização, transporte e principalmente de habitação da nossa Cidade, habitação que nesses 16 anos, 18 anos, seja quantos anos forem, foi muito maltratada: áreas fundiárias não-legalizadas, déficit habitacional, muitas pendengas para serem resolvidas de uma hora para a outra.

E quero registrar aqui, Ver. Mario Fraga, uma reunião da CUTHAB que tivemos na semana passada, quando nós, da Governança, tivemos a responsabilidade de trazer Secretários para resolvermos um problema sério. E não que não se tivessem empenhado os que não fazem parte da Governança em trazer a Petrobrás para sentarmos à mesa e fazermos uma negociação definitiva para a Vitória da Conquista, mas, lamentavelmente, a Petrobrás não se fez presente.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: É verdade, sim; é verdade.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Seja rápido. Tenho dez minutos e muitos assuntos.

 

O Sr. Raul Carrion: Pois não! Eu estava estudando um Projeto, mas o Ver. Comassetto me disse que V. Exª afirmou que ficamos, eu e o Ver. Comassetto, com a responsabilidade de trazer a Petrobrás. Eu queria dizer que convocamos todos os órgãos, inclusive a BR Distribuidora, mas eu, como Presidente, não tenho a responsabilidade de trazer A ou B. Eu chamei tanto a Prefeitura como a Procuradoria-Geral do Município, como a BR Distribuidora, como o Ministério Público, etc.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Concordo, concordo.

 

O Sr. Raul Carrion: Eu nunca assumi de trazer - ou o Ver. Comassetto - tal ou qual. Não é verdadeira a sua afirmação.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Vou explicar publicamente. No dia - e está aqui presente o Ver. Mario Fraga -, nós, da Governança, de viva voz, perante a comunidade, nos responsabilizamos por juntar as propostas para trazê-las àquela reunião.

 

O Sr. Raul Carrion: Sim, mas daí é uma atitude da Bancada do Governo, inclusive não é correto esse funcionamento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, eu gostaria de retomar a palavra por causa do tempo. Desculpe-me, nobre colega. E que viria a Petrobrás também, mas o certo é que a Petrobrás não se fez presente. Esta é a verdade nua e cristalina, num momento de negociação em que a Prefeitura e a Governança estavam levando propostas viáveis e definitivas para a solução da Vitória da Conquista. São 750 famílias que, no dia 5 de outubro, estarão sujeitas a uma reintegração de posse trazendo, com isso, um grande problema social para a nossa Cidade. Sei do empenho do nobre Presidente da Comissão de agora, inclusive, ir a Brasília, está mandando Requerimentos a Brasília para responsabilizar os dirigentes a fim de que a Petrobrás sente à mesa de negociação.

Outra coisa que também nos chama a atenção quando caminhamos pela nossa Cidade, meus senhores e minhas senhoras, é o desleixo que está acontecendo com a cidadania dos mais necessitados da periferia da Cidade, Ver. Dr. Goulart: nem as cartas estão sendo distribuídas em ruas asfaltadas de Porto Alegre. Neste final de semana, eu fui chamado ao Loteamento Santa Maria, loteamento feito pelo DEMHAB na época, com as casinhas prontas, numeradas, com asfalto, e o correio chega na porta da Vila e dá as costas. E assim em relação aos moradores da Hípica; nós temos diversas comunidades que sequer têm o direito de receber uma correspondência. Então, eu quero dizer que hoje encaminhei um pedido no sentido de que o assunto seja encaminhado à Presidência da República, para que, em relação aos serviços dos Correios, não tenhamos em Porto Alegre excluídos, que as pessoas possam receber uma cartinha de quem quer que seja.

Tive, também, por outro lado, a satisfação de ter compartilhado do pronunciamento, na segunda-feira, na Assembléia Legislativa, do nosso Prefeito Municipal, José Fogaça, sobre o cooperativismo, demonstrando, naquela oportunidade, o seu profundo conhecimento atualizado sobre a lei cooperativista, haja vista o Plano Plurianual, que, pela primeira vez, prevê recursos para cooperativas de baixa renda. Da mesma forma, fico feliz quando são encaminhados para mim os estatutos das novas cooperativas que estão sendo formadas em Porto Alegre com CNPJ.

Agora, sobre a situação brasileira que se reflete no dia-a-dia do Vereador, no contato que o Vereador tem com o cidadão, eu acredito que estamos num período de conturbação, como o que hoje foi colocado no jornal Zero Hora, de tristeza, de vergonha da alma brasileira. Eu acho que isso aconteceu no passado na França, quando Emile Zola gritou: “Não quero que meu país permaneça na mentira e na injustiça”. E ela disse à França, o que repito hoje para o Brasil: “Me agradecerá por ter ajudado a salvar a sua honra”. Noutro depoimento que se lê hoje, que reflete a alma do povo brasileiro, do colunista Firmino Biazus, em que Oscar Niemeyer diz que os brasileiros estão decepcionados com a vida.

Vejam os senhores o que nos resta neste momento: a responsabilidade e a co-responsabilidade de nós, Vereadores. Fala-se duma reforma eleitoral vinda do alto Congresso, esquecendo-se, conseqüentemente, das bases. Eu acho que deve partir de uma discussão plena da base. Nós, Vereadores, teremos de ser os mentores de propostas fundamentais para essa reforma eleitoral, e não apenas acatarmos, como foi acatada aquela redução de Vereadores de Porto Alegre. Nós convivemos no dia-a-dia com os problemas da cidadania, ouvimos o povo em cada esquina e, graças ao bom Deus, ainda podemos olhar para eles, porque não fizemos nada de errado, estamos com a consciência tranqüila. E por ela eu quero lutar para continuar, agora e sempre, a indicar aos meus filhos, aos meus netos e dar a eles um conselho de pai: “Estudem, trabalhem e sejam honestos”. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Vereador João Carlos Nedel, meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, é um privilégio poder vir aqui fazer um relatório da representação que fiz ontem, em Brasília, ao participar de uma atividade do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual. Tenho o prazer de mostrar às senhoras e aos senhores o Certificado do Ministério da Justiça (Mostra documento.) do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual que certifica que Adeli Sell integra o painel de colaboradores do Conselho com o nº 008, podendo encaminhar proposições e participar de reuniões na forma do Regimento Interno. Este diploma da minha participação no painel de colaboradores do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, para mim, é por demais gratificante.

Ontem, nesta atividade, com a presença do Ministro Márcio Tomaz Bastos, foi lançado este dossiê. (Mostra documento.) Ver. Bernardino, é o Brasil contra a pirataria, um dossiê das atividades realizadas desde outubro do ano passado, quando este Conselho foi criado, até o final de julho. O que mais me gratifica é que neste material, na sua página 18, quando o Conselho faz agradecimentos à participação de várias pessoas, eu tenho a satisfação de ter o meu nome, Adeli Sell, nas páginas deste relatório (Palmas.), porque fiz da minha militância, nos últimos anos, um combate intransigente à questão da pirataria, do contrabando, da falsificação no País. Estive com personalidades nacionais que têm colocado o seu trabalho, como a Polícia Federal, com o Delegado Paulo Lacerda; a Receita Federal, hoje dirigida pelo Dr. Rachid, e outros homens de primeira grandeza deste País, como o gaúcho que é um dos principais articuladores da Receita Federal, o Sr. Mauro de Brito, que faço questão de anunciar aqui, foi quem organizou e ordenou a Receita Federal em Foz do Iguaçu. Com essas e outras pessoas, eu participei de uma reunião ontem para debater um conjunto de encaminhamentos. E, aqui no Rio Grande do Sul, nós temos essa figura ímpar que é o Promotor de Justiça, Dr. Araújo, que tem prestado um enorme serviço como Coordenador do Comitê Gaúcho de Combate à Pirataria.

Nós estamos muito contentes por poder mostrar resultados, como foram mostrados ontem mesmo em Brasília, onde a Polícia Civil faz um papel importante, vai à feira do Paraguai, a chamada Feira de Importados, faz um conjunto de prisões mostrando quem são os responsáveis, sendo que, dos 25 presos, 21 eram chineses.

E aqui eu quero falar mais especificamente às minhas colegas Vereadoras sobre uma tragédia com as mulheres chinesas que está acontecendo no Brasil: são mulheres, moças, jovens, que não têm condições de trabalho na China e que estão sendo trazidas pela máfia oriental para o Brasil. Aqui elas são colocadas nos camelódromos, nas ruas da Cidade para vender pirataria, sendo instigadas e orientadas a engravidar de brasileiros, para que possam ter o visto e ficar no Brasil. Essa é a realidade, essa é a crueldade feita às mulheres em especial, mas qualquer cidadão como eu, homens também, tem de se indignar com essa situação de exploração de mulheres, que são tiradas do seu território, jogadas no Brasil e controladas pela máfia oriental.

Eu farei um contato com a ONG - com a qual, inclusive, tenho mantido comunicação ultimamente - Serviço à Mulher Marginalizada, que tem tratado exatamente do tráfico de mulheres e da exploração sexual de mulheres. Não bastasse essa questão, aqui nós temos uma dupla ou tripla exploração: primeiro, porque são mulheres estrangeiras que não falam português; segundo, são mulheres que são colocadas no crime, na venda de produtos ilícitos; terceiro, são exploradas sexualmente. Então, nós estamos tratando, sim, de um problema gravíssimo da Nação brasileira, nós temos que nos colocar contra essa situação.

Quero dizer que estou feliz por estar nesta Câmara, por ter feito essa representação, por estar participando do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual. Há mais: haverá muitas novidades no próximo período, porque nós vamos acabar inclusive com a institucionalização do crime no Brasil por meio dos camelódromos sustentados por Prefeituras de todas as facções políticas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Queria solicitar, se possível, agora que finalizamos o Grande Expediente, que entrássemos na Pauta Especial e, depois, na Ordem do Dia, antes das Comunicações. É possível?

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): E da Pauta comum.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Exatamente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Pauta Especial agora; depois, a Ordem do Dia; após, as Comunicações e, depois, a Pauta normal. Vereador, tenho de colocar em votação o Requerimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, V. Exª já havia me chamado para a tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sim, mas ele fez um Requerimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ele fez depois do seu pedido, e eu não abro mão de ocupar o meu espaço, conforme V. Exª encaminhou.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não, eu acato o Requerimento e vou colocá-lo em votação.

Em votação o Requerimento do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, nós temos normas nesta Casa, nós temos o Regimento Interno, as pessoas recebem um espelho no início da Sessão, nós temos um período de Comunicações, em que Vereadores da minha Bancada e de outros Partidos estão inscritos. Há muito tempo preparam as suas intervenções para poder falar e expor no exíguo espaço de tempo que temos aqui na Câmara.

Nós não podemos, ao sabor dos ventos, das paixões de um e outro, mudar o correr normal das Sessões. Nós somos convocados para estar aqui durante a tarde inteira e, se tivermos que postergar e ampliar as nossas Sessões por duas horas, somos pagos pelo povo de Porto Alegre para estarmos aqui nesta Casa. (Palmas.)

Por isso, eu não concordo em mudar as nossas Pautas. Nós temos vários Projetos, inclusive um Projeto importante da Verª Neuza Canabarro que nós vamos votar. (Palmas.) Nós vamos ficar aqui até a meia-noite, nós estamos aqui pagos pelo povo de Porto Alegre para trabalhar. Sistematicamente, eu tenho dito que, muitas vezes, na metade da tarde, se retira quórum por mesquinharia, por disputa político-partidária. Nós precisamos discutir, sim, as questões da Cidade. O Vereador que já estava na tribuna preparou a sua intervenção, foi visitar postos de saúde, está trazendo questões importantes que vai colocar aqui para o povo.

Nós temos de fazer esses encaminhamentos. Por isso, eu coloco: nós somos radicalmente contra a mudança do espelho que recebemos. Sistematicamente, alguns Vereadores têm feito propostas de mudanças segundo a sua vontade, o seu interesse pessoal. Nós temos que defender aqui o interesse do povo de Porto Alegre, que paga seus tributos, que nos paga regiamente para estarmos aqui fazendo os devidos encaminhamentos. Portanto, coloco-me radicalmente contra a mudança do espelho; que sigamos a ordem normal dos trabalhos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores, pessoas que estão aqui presentes, não sei se vocês estão aqui pela primeira vez ou se já estiveram aqui outras vezes, mas a impressão que se teve da fala do Ver. Adeli Sell é que ele é o único que quer trabalhar nesta Casa. Ele vem aqui, faz o discurso e deixa para nós uma situação ruim perante vocês, que formam a sociedade, a impressão de que nós não queremos trabalhar. Não! Nós estamos aqui para trabalhar até a uma hora, duas horas, três horas da manhã! O único problema é que nós queremos trabalhar, e ele quer enrolar. Numa boa! Entendam! Eu vou falar, e vocês vão me entender.

Nós temos o Grande Expediente e, depois, a Pauta Especial, que é para decidir sobre uma série de coisas importantes; depois vem o período de Comunicações, em que há duas, três discussões para serem focalizadas, e jogamos para as seis e meia, sete horas da tarde - quando esses Vereadores têm outros compromissos - a Ordem do Dia, e aí ela deixa de existir, e ela é a coisa mais importante do Plenário! A Ordem do Dia, em que estão parados os Vetos, Projetos para a sociedade, para esta sociedade a que se referiu o Ver. Adeli Sell. Não é só o Ver. Adeli Sell que quer trabalhar nesta Casa!

Quem ele pensa que é para dizer isso?! E passar batido perante a sociedade de Porto Alegre! Por favor, Ver. Adeli Sell! Não! Além de V. Exª dizer que eu sou um mau político, está me considerando um babaca! E eu não sou babaca! Não se pode colocar coisas para a sociedade sem que V. Exª tenha, realmente, conhecimento das intenções dos outros políticos. Por que só o senhor quer trabalhar, Ver. Adeli Sell? Mas tenha a santa paciência! Quando se pede aqui a inversão da Ordem do Dia, é porque certamente nós queremos trabalhar e não enrolar! É só isso!

Desculpem-me por elevar o tom da voz, mas, quando se pede a Ordem do Dia, é exatamente porque ali nós vamos decidir coisas. Não que o período das Comunicações não seja importante, mas pode ser jogado para o fim da tarde, sim!

Além de mau político, V. Exª é maldoso e mal-intencionado. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a preocupação nesse momento em que a Nação vive o drama brutal de um Governo e de um Partido a que nós assistimos até com muito respeito, até com isenção, faz com que, muitas vezes, na ânsia de querer melhorar a imagem do político, as pessoas extrapolem se mostrando e fazendo o gênero de trabalhador. Ora, trabalhadores todos nós somos aqui, os 36 Vereadores! E é uma das pequenas tragédias que esta Casa enfrenta, quando os próprios Vereadores criticam até o número de Vereadores nesta Casa, dizendo que esta Casa precisa somente de 11 Vereadores.

Isso é um absurdo, quando, na verdade, esta é uma Casa franciscanamente administrada, abaixo inclusive dos valores previstos em lei para o seu gasto. Quando vivemos, inclusive, da forma mais discreta e com menor gasto possível, vêm os próprios Vereadores querer dar a idéia de que outros Vereadores não trabalham. Ora, está embutido na idéia... E nós, Vereadores, aprendemos dentro desta Casa a não ler mais as linhas, nós lemos a entrelinha, a insinuação, e isso é o pior! Ninguém diz assim: “Olha, o Vereador tal é vagabundo”, não! Dizem que há um Vereador... Então, espalham-se as coisas, e fica a pecha de que os Vereadores que querem transferir a Ordem do Dia, que é a parte principal desta Casa, que é a parte mais importante, em que há as maiores decisões... E nós queremos, precocemente, colocar a Ordem do Dia para frente, sem nenhum interesse partidário, sem nenhum interesse pessoal, apenas porque é necessário ter mais tempo para a Ordem do Dia. E, se precisar, todas as Bancadas já ficaram aqui até a meia-noite, até a uma hora e não ganharam um tostão de Extraordinária. Todas as Bancadas já foram convocadas para Sessões Extraordinárias e nunca ganharam um tostão de jeton. A Casa vive com dignidade, com a dignidade de seus Pares, dos seus integrantes.

Ora, esse tipo de crítica... A autocrítica é muito saudável, mas o pior conselheiro que existe é o complexo de culpa. E dizer que as outras pessoas desta Casa não trabalham é mentira, porque do Vereador é exigido um trabalho intenso, diário, 24 horas por dia, sim! E todos nós estamos à disposição! Agora, vir para cá e querer diminuir a Casa...! Isso merecia muito uma comissão de ética para ver quem são os Vereadores que terão de ser cortados e por que serão cortados, tendo esta Câmara sido renovada agora com Vereadores jovens e competentes.

Então, Ver. Adeli, eu peço desculpas a V. Exª, no sentido de que, realmente, eu acho que é um benefício para a Casa o que solicitou o Ver. Haroldo de Souza, que foi para o microfone e pediu que se antecipasse a Ordem do Dia. Só isso. Se isso causa esse enfurecimento da Bancada do Partido dos Trabalhadores, se isso causa esse tipo de incomodo, meu Deus do céu, o que houve, o que está embutido dentro disso, o que está atrás de tudo isso, para esse episódio de enfurecimento e de bravataria na frente de pessoas que estão aqui? Todos os 36 Vereadores estão interessados em cumprir o seu mandato com dignidade, com decência, com honestidade, com transparência, como é característica de cada um dos Vereadores que estão aqui.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu me sinto muito satisfeito e realizado por ter feito aqui um pronunciamento diferenciando política e politicalha. Foi oportuno, muito oportuno! Eu acho que estamos aqui na busca de solução; promoção, só pelo trabalho. Eu chego aqui, diariamente, nas Sessões e sou um dos primeiros, ou quase sempre o primeiro, e sou o último a sair. E sai junto comigo o Haroldo Joaquim de Souza. Outros eu não vejo no plenário, muitas vezes; outros eu não vejo no plenário!

Nós estamos aqui, agora, perdendo tempo, discutindo o que não precisava ser discutido, porque a proposição do Ver. Haroldo de Souza foi uma proposição inteligente. Nós usamos o tempo para explicar a nossa viagem a Brasília. Vereador é Vereador sete dias por semana, todos os dias, todas as horas. E, se algum Vereador propõe que se reduza o número, porque assim acredita, tem de ser respeitado, por democracia, e não pode ser criticado, como se o dono da verdade ali estivesse. Vereador sete dias por semana, 24 horas por dia; telefone na Lista e aonde for. “Olha, cheguei, se quiserem, eu dou a solução”. Agora, vir aqui perder tempo contando a viagem a Brasília, fazendo a promoção da honraria que recebeu, para criticar? Não, isso não pode acontecer!

A Ordem do Dia precisa ser votada. O que fez o Ver. Haroldo? Nós temos a Pauta Especial, que leva uma hora de discussão. Nós temos as Comunicações, que, se todos respeitassem o tempo, levaria trinta minutos. Depois, temos as Comunicações de Liderança. O que ele quer? Vamos à Pauta Especial e vamos à Ordem do Dia, e depois falam os outros. Que soma fazemos dos discursos que são feitos nesta tribuna, Ver. Adeli Sell? O que V. Exª somou aqui hoje? Nada. Vossa Excelência diminuiu o tempo hoje, Vereador. Vossa Excelência não somou nada aqui hoje. E V. Exª é um homem inteligente, muito inteligente. Mas se promoveu com sua viagem a Brasília. Eu sou um representante da Câmara, e V. Exª não me representou! Eu não fui consultado! Mas se promoveu. Eu acho que o seu trabalho é muito importante contra as piratarias, muito importante, mas foi perdido o tempo de explicação de sua viagem promocional, não sei se às custas dos cofres do Município ou não. De qualquer forma, perdemos tempo; nós não precisávamos estar discutindo isso aqui. Por isso eu fiquei contente de diferenciar política de politicalha. Saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Presidente, demais Vereadores, companheiros e companheiras que aqui estão nos prestigiando na tarde de hoje e aguardando as votações que estão previstas, eu quero começar dizendo que, se tivéssemos ingressado em Comunicações, na Pauta normal, como está previsto no Regimento, nós iríamos perder menos tempo do que, de certa forma, estamos perdendo, porque todas as Bancadas vão se pronunciar aqui.

Eu queria chamar a atenção para o seguinte: na Sessão não há só votação. Para ser votado, o Projeto tem de passar na Pauta - três Pautas -, tem de ser examinado. Outra coisa: toda segunda-feira, reúnem-se os Líderes de Bancadas e a Mesa para decidir a ordem dos trabalhos, e, quando nós decidimos pular Pauta Especial, pular Pauta comum, pular Comunicações - às vezes decidimos não usar a Comunicação de Líder, Ver. Ervino -, objetivamos agilizar os trabalhos, como aconteceu no Plano Plurianual. Só que, nesta segunda-feira, o Vereador que propôs pular o período de Pauta, o período de Comunicações e também as Comunicações de Líder não se fez presente. Então, não pode vir um Vereador aqui, isoladamente, fazer demagogia para a platéia sobre assunto que se discute coletivamente. Não é esse o papel do Vereador. Ele tem de se ater à democracia nesta Casa.

Os Vereadores que discutiram na segunda-feira e que aprovaram fazer as discussões de Pauta o farão, porque não são reféns aqui de alguém que acha que grita mais alto que os outros. Esta Casa tem de ser respeitada. Hoje, o Ver. Haroldo não está em Comunicações, mas outros Vereadores estão, prepararam suas intervenções, têm assuntos para tratar. Assim como deve haver respeito para com as pessoas que vêm aqui, tem de haver respeito pelo que foi combinado na segunda-feira.

Então, quero dizer, com o maior respeito aos que aqui estão, os quais certamente querem ter a boa vontade dos Vereadores, que nós, do PCdoB, encaminharemos contrário ao Requerimento do Ver. Haroldo e pela manutenção dos diversos espaços aqui garantidos e acertados, Verª Mônica Leal, na segunda-feira pelos Vereadores que representam as Bancadas. Nós inauguramos essa situação para evitar que, na hora H, alguém venha aqui e, da sua cabeça, mude as coisas. É este o encaminhamento da Bancada do PCdoB. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Eu queria informar ao Plenário que uma comunidade com mais de cem famílias encontra-se em frente ao DEMHAB em Porto Alegre, e a Direção da instituição está irredutível em receber a comissão. Eu gostaria que alguém do Governo mantivesse contato a fim de que o DEMHAB receba essa comissão para falar sobre os problemas que essas famílias estão enfrentando no Morro da Cruz.

Por outro lado, queria referendar o acordo da Mesa, feito na segunda-feira, que deve prevalecer no Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu solicito que os componentes da CUTHAB se inteirem a respeito da comunicação feita pelo Ver. Oliboni.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu só vou fazer um apelo, não vou usar o tempo: vamos trabalhar. Nós estamos reclamando; então, vamos trabalhar. Só isso.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza.        

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu sempre digo que esta Casa é da dialética, do contraditório, e, mais uma vez, isso está provado.

Agora, o Ver. Raul Carrion sintetizou, e eu acho que é importante aqueles que nos assistem entenderem a dinâmica do que está ocorrendo: todas as segundas-feiras, às 11 horas, reúnem-se os Líderes - e nós somos 12 Partidos aqui na Câmara Municipal - e os Vereadores, de comum acordo, para estabelecer quais Projetos serão votados. Então, na segunda-feira, estabelecemos o critério para a semana, e já não é a primeira vez que o Ver. Haroldo de Souza faz isso. Eu respeito sua posição, porque o Vereador pode, a qualquer momento, solicitar; em contrapartida, vem o Ver. Adeli e faz o discurso da questão do trabalho. Eu não vou entrar no mérito para saber se o Ver. Adeli trabalha mais do que o Ver. Haroldo; não é isso. Eu acho que os dois Vereadores trabalham e têm seus interesses; a minha única preocupação é que, na segunda-feira, nós temos uma reunião para acertarmos os Projetos e a dinâmica de votação durante a semana e não estamos conseguindo isso.

Na realidade, o encaminhamento de cada Bancada aqui faz com que nós percamos quase uma hora, tempo esse que poderia já estar resolvido para a votação. Quero dizer que temos de acertar a dinâmica, ou este Vereador, em nome do seu Partido, o PSB, não vai participar mais das reuniões de segunda-feira. Ou se combina e aquilo fica determinado, ou estamos perdendo tempo. Não quero entrar no mérito de qual Vereador trabalha mais ou menos, não é isso. Agora, nós temos de ser justos e acertar: aquilo que ficar acordado eu vou cumprir; caso contrário, fica difícil. Por isso vou votar pela continuidade da Sessão normal. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Cláudio Sebenelo, o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) Nove votos SIM, 7 votos NÃO. Faltam 20 segundos, e eu informo que, se não tivermos quórum, encerro a Sessão. Há 16 Vereadores presentes, não há quórum. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 15h46min): Estão reabertos os trabalhos.

Senhoras e senhores, em reunião de Líderes, e esta Presidência sendo esclarecida, decidiu-se que a Sessão continuará, tendo em vista que não houve quórum para a decisão do Requerimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro Parecer da Procuradoria da Casa e que este Parecer venha antes da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Iremos solicitar, Vereador, será difícil, mas faremos o possível.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadores, prezado público que nos assiste, retorno à tribuna uma hora após o momento em que eu tinha o direito legal e legítimo para falar de um tema. Digo isso com muita tranqüilidade, com muita autoridade. Este Vereador, eleito para este mandato, em todas as Sessões até hoje, às 14 horas, esteve sempre aqui para dar presença e, no último momento, está aqui para votar os Projetos que esta Casa apresenta. Portanto, faço um apelo principalmente à Liderança do PMDB, ao Ver. Sebastião Melo, para que assuma o seu papel de Líder e mantenha os acordos que se estabelecem na condução desta Casa, a fim de, futuramente, corrigirmos esses desvios, e não é a primeira vez que eles acontecem.

Dito isso, fraternalmente, ao meu amigo Sebastião Melo, o tema que preparei hoje para falar é de muita seriedade e de muita gravidade para Porto Alegre: é o tema da segurança - o que vem ocorrendo, principalmente, na Região Sul da cidade de Porto Alegre.

Nós últimos 30 dias, 40 dias, ou nos últimos dois meses, estruturou-se um conjunto de gangues que tem, sistematicamente, ocasionado terror na Região Sul de Porto Alegre. E vou citar aqui alguns fatos, Sr. Presidente: no Lami, no sítio do Décio, no Beco da Vitória, houve um assalto, eram sete assaltantes, amarraram as pessoas, levaram tudo. No Parque São Paulo, um outro grupo, ou o mesmo, entrou no sítio onde havia uma reunião da comunidade da Igreja de Belém Novo, inclusive com o padre, roubaram a todos e levaram tudo. Há poucos dias, em Belém Velho, na casa de um médico, roubaram tudo, inclusive a sua coleção de armas. Os bandidos saíram mais armados. Isso está acontecendo com freqüência e intensidade diária na Região Sul. Ontem, terça-feira, Ver. Dr. Goulart - em um tema tão caro para nós, que é a Saúde -, a Unidade Básica de Saúde da Vila Castelo, no Bairro Restinga, também foi assaltada, e levaram tudo que tinha lá dentro!

Pessoal, há bem pouco tempo, um outro Secretário de Segurança que aí estava, numa conjuntura muito diferente desta, na sua intensidade, foi crucificado publicamente em relação ao tema segurança. Não dá! Este Vereador que está aqui, sim, com a responsabilidade da oposição propositiva, está convidando todos os Vereadores a se empenharem nesse tema, porque esse é um tema de responsabilidade social.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carlos Comassetto, primeiramente, quero agradecer o aparte e dizer que o Plenário poderá mudar até uma decisão da Mesa Diretora, porque eu entendo que o Plenário é soberano. É por isso que nós estamos aqui, Vereador.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado. Se V. Exª contribuísse com o tema da Segurança, eu ficaria mais grato ainda.

Com relação aos problemas que estão acontecendo lá no bairro Belém Novo - e que dizem respeito ao tema da segurança que eu trago aqui -, assaltaram um supermercado esta semana no bairro Lajeado e levaram toda a estrutura do supermercado.

O que eu quero dizer com isso? Que a inteligência da delinqüência, que a inteligência das gangues assumiu o papel que a inteligência da Segurança Pública deveria estar fazendo neste momento para nos proteger! Eu faço aqui, sim, um apelo à base do Governo Estadual aqui presente para que construamos uma solução, juntamente com os órgãos de Segurança Pública do Estado, para enfrentar a inteligência das gangues que estão nos atacando. Não dá mais para continuar dessa forma!

Sr. Presidente, para concluir, eu estou encaminhando um Requerimento a esta Casa, no sentido de construirmos uma Comissão Externa de Vereadores para acompanharmos essa situação e para ajudarmos a qualificar esse problema que atinge a Região Sul.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, só quero reforçar o que V. Exª está falando a respeito da segurança. Eu estava acompanhando que uma Unidade de Saúde do bairro Restinga estaria para ser fechada por falta de segurança. E acho que esse tipo de coisa não pode acontecer. Fechar uma Unidade de Saúde por falta de segurança?! Eu acho que tem de ser exatamente o contrário: nós temos é que dar condições para que as Unidades de Saúde continuem funcionando. Eu dou plena razão a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa só quer registrar que o tempo de V. Exª está esgotado. Por gentileza, se possível, peço que V. Exª conclua o seu pronunciamento.

 

O Sr. Haroldo de Souza: Eu só queria registrar a V. Exª que a inversão da ordem dos trabalhos - e V. Exª deu seu parecer nesse sentido - era para evitar que essas pessoas presentes nas galerias ficassem até às 18h30min. Era só isso. Eu também fico até a meia-noite, se for preciso. Não há nenhum problema.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Haroldo.

Sr. Presidente, eu concluí meu tempo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Ver. Comassetto.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero relembrar alguns acontecimentos que ocorreram aqui: o Ver. João Carlos Nedel, quando estava presidindo os trabalhos, encerrou a Sessão. Então, eu solicito que seja feita uma nova verificação de quórum para dar legitimidade a esse ato. E também estou aguardando a decisão da Procuradoria da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Eu defiro a sua primeira reivindicação e solicito verificação de quórum. (Pausa.) A Mesa registra a presença de 26 Vereadores e Vereadoras; há quórum. Portanto, a Sessão continua normalmente no período de Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, apenas para um esclarecimento ao Plenário. Todas as segundas-feiras, às 11 horas, o Presidente convoca os Líderes de Bancada para o agendamento da semana. Eu quero dizer que, de parte da nossa Bancada, nós estamos cumprindo rigorosamente as pretensões da votação. Nunca se discutiu nessas reuniões se alguém pode pedir inversão de ordem de pauta. Acho que está na hora de discutirmos isso na reunião de Bancada, e vamos fazer isso. Eu mesmo vou propor, porque quero contribuir.

Então, só para deixar esclarecido: nós não vamos descumprir nenhum acordo; se não foi acordada, em nenhuma Bancada, a inversão de pauta, a nossa também não vai pedir.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa registra a reivindicação do nobre Vereador-Líder do PMDB e reforça que há reunião todas as segundas-feiras - Mesa e Lideranças - para exatamente fazer isso, o acordo da pauta da semana.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): (Lê.) “O Vereador que este subscreve requer a V. Exª, após os trâmites regimentais e de acordo com o Regimento Interno desta Casa, seja constituída uma Comissão Temporária e Externa para acompanhar as ações de Segurança Pública na Região Sul de Porto Alegre. Esta solicitação ocorre em função da falta de segurança nessa região e dos inúmeros assaltos ocorridos às residências e comércio local, registrados na mídia de Porto Alegre”. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa recebe o Requerimento e o encaminha para que a Diretoria Legislativa dê seguimento à sua proposição.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni, nobres Pares Vereadores e Vereadoras, falo no tempo do Ver. Todeschini e penso representá-lo, porque estávamos juntos acompanhando a assembléia dos municipários que ainda está acontecendo nesta tarde no Ginásio Tesourinha.

Quero aqui refletir um pouco sobre o tema do funcionalismo e as suas reivindicações.Trata-se de um tema muito caro para mim, pessoalmente, porque sou municipária concursada, professora da Rede Municipal de Ensino há 15 anos, e muito caro também porque aprendi política e tornei-me um ser político militando na Educação, na luta dos municipários, especialmente na ATEMPA, a Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre, e no Simpa, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre. É um grande aprendizado, uma grande caminhada tentar representar essa imensa categoria formada por funcionários, desde os da limpeza urbana, os da Saúde, os técnicos científicos, os do planejamento, passando pelos professores da Educação, e conseguir que eles se sintam e se organizem como uma categoria. A experiência do Sindicato dos Municipários é significativa na vida de uma liderança.

Eu experimentei estar nas ruas contra o Governo, que era o Governo do Partido dos Trabalhadores. Durante todo o Governo Olívio, nós construímos, por meio de greves, de mobilizações, com muita luta, sim, do funcionalismo, uma política salarial que vinculava incremento da Receita à recuperação salarial dos funcionários, de forma bimestral, consideradas as condições do Município. Foi uma das construções, eu diria, mais acertadas, resultado do diálogo, mas não do diálogo tranqüilo, o diálogo da pressão, sim. Por muitos anos, eu estive na rua, com microfone, chamando palavras de ordem na defesa dos funcionários, da sua valorização.

E quero aqui registrar que, nesses 16 anos - não que não tenham sido importantes os anos anteriores, era uma Prefeitura e um grupo de funcionários muito menor, tínhamos um salário digno -, houve uma derrocada do salário do funcionalismo público em nível nacional, houve um desmonte da luta sindical, um decréscimo do movimento sindical em função dos altos índices de desemprego e em função, sim, de uma política deliberada de responsabilizar o funcionalismo, durante todo o Governo Fernando Henrique, pelos gastos públicos. A política neoliberal de enxugamento do Estado público dizia que tínhamos de gastar menos com funcionalismo. Nesse período os funcionários municipais mantiveram seu salário, sua dignidade, com a bimestralidade na recomposição dos salários. É verdade que, nos dois últimos anos, a situação se tornou bastante crítica, e muitos que diziam que a Administração Popular era louca porque mantinha recomposição bimestral puderam ver, infelizmente, a Administração Popular ter de suspender, em função, inclusive, de implicações legais, a concessão da bimestralidade.

Mas a luta dos funcionários é uma luta justa, é uma luta pela transparência do orçamento público, pela participação das definições da aplicação do orçamento público, das finanças públicas e, principalmente, pela construção e supervisão do funcionamento de uma política salarial.

Neste momento, o Governo Fogaça propõe uma política salarial anual, o que significa uma derrota para uma conquista histórica dos municipários, e eles pedem diálogo e pressionam, porque querem - eu tenho certeza - discutir as dificuldades financeiras da Prefeitura, mas não abrem mão das suas conquistas. Portanto, é hora de o Governo trabalhar de novo com políticas e incremento de Receita, bem diferente das políticas de abrir mão de impostos e a sua vinculação com a recomposição de salários. Não há por que abrir mão imediatamente da bimestralidade sem construir uma transição para o retorno de uma recomposição num tempo menor, que foi uma conquista exemplar para o País.

Acho que o Governo deve assumir, sim, uma série de políticas de enxugamentos, mas que não combinam com criação de novas Secretarias, com a indicação na LDO, agora, por exemplo, de turno integral, que implica novas nomeações de recursos humanos, no momento em que diz que tem que passar para a anualidade e que está com um enorme déficit. Então, quando o Governo amplia gastos, ele tem que dialogar com os municipários, e é compreensível que os municipários não aceitem o fim da bimestralidade.

A minha intervenção é no sentido de que a história de construção de políticas salariais desta Cidade tem de ser uma história que continue sendo de transparência de Orçamento, de decisão de aplicação dos recursos ou de redução de gastos, em conjunto com o funcionalismo. E uma política salarial que combine essas duas coisas é o ideal que nós temos que buscar.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos o pronunciamento da Verª Sofia Cavedon. Registramos também que, além da Verª Mônica Leal, está também de aniversário a nossa funcionária Ilse Teresinha Boelhouwer. Aceitem os parabéns da Casa e da Mesa. Feliz aniversário!

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu quero registrar a minha estranheza, pois aquele Vereador que disse que só ele trabalha na Casa não está presente no Plenário. Só isso. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queria pedir que não entremos nesse momento difícil, até porque houve uma concordância das Lideranças, a nossa pauta está andando com segurança.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Claudio Sebenelo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu vou tentar fazer uma meia defesa do meu companheiro de Bancada Ver. Haroldo de Souza. Gostaria de dizer que é verdade: nós combinamos na segunda-feira o que iríamos votar durante a semana ou até quarta-feira, se não me falha a memória. Mas não terá validade nenhuma qualquer comissão ou qualquer grupo de Vereadores que se reúna para tentar decidir alguma coisa que vá contra o Regimento Interno. Nós também poderíamos ver assim. Porque aqui diz o seguinte - Ver. Ibsen Pinheiro, corrija-me, por favor, V. Exª conhece Direito mais do que ninguém (Lê.): “Art. 94 - Requerimento é a proposição verbal ou escrita, dirigida por Vereador à Mesa, sobre matéria de competência da Câmara. Parágrafo 3º - Dependerá de deliberação do Plenário, sem discussão, com encaminhamento de votação nos termos desta Resolução, o Requerimento que solicitar: a) alteração da prioridade estabelecida na Ordem do Dia; [...] e) inversão da ordem dos trabalhos da Sessão” Logo, está corretíssimo, a meu juízo, o Ver. Haroldo de Souza.

Evidentemente, se tivéssemos conduzido o processo de outra forma, isso não iria atrapalhar aquilo que combinamos na segunda-feira, apenas inverteríamos. A inversão não impede a votação daquilo que havíamos combinado.

Mas realmente nós combinamos, na segunda-feira, que seguiríamos um determinado critério para a votação. É muito certo o meu Líder, Ver. Sebastião Melo, que corrige, em tempo, que devemos então acordar isso. Mas não tira o direito de qualquer Vereador no sentido de fazer esse pedido, porque há o seu direito garantido aqui no Regimento Interno.

Verª Neuza Canabarro, vejo o seu Projeto vetado pelo Executivo, e V. Exª faz um comparativo entre o seu Projeto e o Projeto que o Executivo encaminha para tratar da mesma matéria, de mesmo assunto. Eu quero fazer um apelo. Somos da base do Governo, mas acho que o Governo poderia vetar aquilo que lá no Projeto, porventura, não compreendeu ou não aceitou. Agora, vetar o Projeto da Vereadora no todo e encaminhar um Projeto semelhante?! Será que isso vai acontecer também com o Projeto de nossa autoria, o qual esta Casa votou, do qual me orgulho, que é o parcelamento do ITBI? É justo? Esse é o caminho, é dessa maneira que temos de trabalhar aqui?

O Ver. Sebastião Melo não falou até hoje, mas eu sou sabedor de que há um Projeto seu tramitando nesta Casa que trata do Refis e que o Executivo encaminhou um Projeto semelhante. Mas essa é a maneira correta de serem tratados os Vereadores da base do Governo? Esse é o caminho? Sou da base do Governo, mas, antes de ser da base do Governo, eu tenho um compromisso com a sociedade, com aqueles que votaram. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste tempo que me é destinado pelo Regimento da Casa, eu estava pretendendo discutir outros temas, porém a tarde de hoje foi tomada por um debate político que eu acho importante ser aprofundado, até porque envolve democracia, coletivo e sociedade. E é preciso discutir essas questões fundamentalmente no Parlamento, uma Casa que, por sua própria índole, pela sua própria história, pelo próprio objeto, pelo próprio motivo da sua existência, tem que ter a democracia e os interesses coletivos como base do seu funcionamento e objeto da sua atuação.

O Parlamento, muitas vezes, até pelos desgastes sofridos desde a sua origem, no decorrer da história, é pouco compreendido sobre o que diz respeito à sua finalidade. Há um senso comum de que o Parlamento é este microfone, há um senso comum de que o Parlamento é um espaço restrito à atuação do Plenário. Eu acho importante compreendermos que o Parlamento é um espaço de construção política das legislações para a sociedade. Para que isso aconteça - e aconteça de forma democrática -, é preciso que os processos sejam discutidos nos Conselhos de Líderes, nas Comissões Técnicas com os representantes da sociedade civil, que têm um papel fundamental nos dias de hoje; é preciso a discussão com os eleitores e com aqueles que não são eleitores.

Nós temos procurado nesta Casa - e faz parte da tradição deste Parlamento, um respeitado Parlamento brasileiro - uma atuação não-demagógica, uma atuação baseada nos conhecimentos técnicos, uma atuação construída com as Bancadas de situação e as Bancadas de oposição. Acho que o que tem de nos dividir é a defesa das nossas posições, que, após o debate, em geral nos unificam. Nós temos procurado, coletivamente, com Líderes de todas as Bancadas, independentemente de suas cores futebolísticas, religiosas, filosóficas, ideológicas, anexar aos nossos enormes trabalhos e à nossa complexa agenda mais uma agenda: todas as segundas-feiras de manhã, abandonamos os trabalhos com a comunidade ou onde quer que seja e nós nos reunimos no sentido de propor uma pauta para agilizar o debate democrático, o aprofundamento dos temas, o enfrentamento das divergências e a votação dos projetos. Dessa reunião, participam todos os Líderes, e temos procurado respeitar a posição de todos. Evidentemente, se um Vereador não concorda com alguma posição, ele tem o direito de encaminhar uma posição diferente. Porém quero repetir: se individualmente um Vereador não concorda com alguma posição, ele tem o direito de encaminhar uma posição diferente, mas então vamos redimensionar as regras do jogo. Perfeito, as regras existem para serem refeitas, mas não para serem desrespeitadas, o que é diferente, muito diferente! O que não é justo é construir uma versão de que quem desrespeita a regra é democrático e trabalhador e quem constrói mais vagarosamente as regras não está preocupado com a Cidade. Então, eu queria só resgatar isso, dizendo que é um direito de cada Vereador fazer isso. Mas, então, vamos apenas rediscutir as regras, sem nenhum problema, porque senão nós estamos usando o nosso tempo de uma maneira inadequada.

É disso que se trata, até porque a inversão da Ordem do Dia é regimental, está no Regimento, não há problema nenhum. Imagino que ela se justifica quando há um fato relevante; eu imagino também que faz parte de regra do jogo democrático, da convivência respeitosa, disputarmos com os Líderes das diversas Bancadas essa mudança. Talvez assim fique mais fácil de a população compreender as mudanças, talvez assim fique mais fácil sabermos quais são as regras do jogo. É só isso, só isso! E acho que isso não é pouco, porque faz parte das regras da civilidade, isso faz parte da construção coletiva, faz parte da otimização dos esforços públicos. Eu só queria, por uma questão de justiça a todos os Líderes, que todas as semanas saem cedo das suas casas, debatem, discutem e fazem as suas propostas, que decidamos, então, se essa proposta deverá ser uma proposta considerada ou reconsiderada. Ela poderá ser reconsiderada a qualquer hora, mas de uma forma coletiva, não-personalizada, não-individualizada, porque isso, de outra forma, não ajuda nem a convivência, nem o processo democrático. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, a respeito da concentração defronte ao DEMHAB, quero dizer que se trata de um assentamento de risco do Morro da Cruz, Sr. Presidente da CUTHAB, e o Superintendente já está recebendo a comissão dos ditos-cujos, quer dizer, está sendo resolvido a contento, a comissão está sendo recebida pelo Superintendente do DEMHAB.

 

O SR. RAUL CARRION: Queria complementar e dizer que, quando recebemos a sua informação, fizemos contato com os Vereadores da CUTHAB aqui, que me autorizaram a encaminhar um Assessor para acompanhar, para o qual o Presidente destinou um carro oficial da Casa a fim de que estivesse presente um representante oficial da CUTHAB. Inclusive, o Ver. Ismael enviou um Assessor do seu gabinete. Mas eu não tenho ainda o retorno. Orientei o Assessor da Comissão para que, primeiro, tentasse viabilizar uma audiência do Diretor-Presidente do DEMHAB com essa comunidade e, segundo, que informasse a comunidade de que a CUTHAB os receberia aqui no momento em que eles viessem.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa agradece, Vereador. E também agradece, em nome da Casa, ao Vereador que levantou o assunto.

A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Ervino Besson.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara: na terça-feira à tarde - em uma das tantas funções sobre as quais a Verª Clênia Maranhão discorria, as funções e as tarefas de cada Vereador -, eu estive no Morro da Cruz, no lançamento da Biblioteca Popular Preto Ghóez, um líder do Movimento Hip Hop Organizado Brasileiro. A Biblioteca Popular Preto Ghoez fica situada no Instituto Murialdo e é uma parceria desse Instituto com o Ministério da Cultura do nosso País, com a idéia de, justamente, descentralizar as bibliotecas e capacitá-las de acordo com as demandas da nossa juventude e do nosso povo em cada uma dessas localidades na Cidade.

Nessa Biblioteca, na terça-feira, aconteceu um debate. Se alguns Vereadores estivessem presentes lá, talvez mudassem de idéia em relação ao que apresentaram aqui sobre o desarmamento no nosso País. Eu ouvi, calada, na semana passada, três ou quatro intervenções nesta tribuna com relação ao desarmamento. Foi um debate com o Aliado G, do Nação Hip Hop Brasil, um debate com o Your, da ONG Viva Rio, organização reconhecida internacionalmente. E eu tenho a convicção de que outros tantos que não têm posição favorável ao desarmamento teriam mudado suas posições. Por que digo isso, Ver. Sebastião Melo? Porque ali estavam 60 jovens de Porto Alegre, não 60 jovens como eu, que não fazem parte das estatísticas, das verdadeiras mortes do nosso País; eram 60 jovens negros, homens, na sua imensa maioria, da periferia da nossa Cidade.

Todos aqueles jovens sabem do real risco que é e o que representa a arma de fogo na sociedade brasileira, não porque são inocentes, ingênuos ou porque têm a visão de que simplesmente as armas podem matar, de que as armas são responsáveis por 40% dos suicídios do nosso Estado, não por isso. Aqueles jovens vivem a realidade real - não quero ser redundante, mas muitos vivem uma realidade ilusória -, eles vêem os seus irmãos, os seus pais, os seus tios, os seus filhos mortos nas ruas da nossa Cidade.

Muitas vezes, nós “pintamos um filme” de que a nossa Cidade é extremamente diferente; ou então, quando vemos cenas do Rio de Janeiro, na televisão, aquilo parece muito distante de nós, Ver. Sebenelo, que já se manifestou favorável ao desarmamento. Mas a realidade não é tão diferente quanto nós pensamos. Aliás, ela é muita mais próxima do que todos nós gostaríamos que fosse. Algumas vezes, nas manchetes dos jornais, lemos que alguém de maior relevância social foi brutalmente assassinado, e isso choca a todos; nós olhamos aquele caso e nós nos trancamos nas nossas casas.

Agora, aqueles 60 jovens que estavam na Biblioteca Preto Ghoez, debatendo desarmamento e sendo favoráveis ao desarmamento, não são os jovens que estudam as estatísticas; são os jovens que são as estatísticas, que podem ser os próximos mortos. E, aí, eu escutei alguns argumentos na semana passada aqui e procurei estudar para, estatisticamente, como gostam de fazer, rebatê-los. Eu ouvi sobre as armas de fogo: “Nós vamos nos desarmar para deixar armados os bandidos”. Eu trouxe aqui um índice dizendo que, para cada um uso, com sucesso, de arma de fogo na defesa pessoal, Ver. Ervino, 185 usos resultam em mortes por suicídios, por acidentes ou por assassinatos. A cada 185 pessoas que morrem por arma de fogo, apenas uma se salva por portar essa arma. E onde vão parar as armas que essas pessoas têm? As armas dessas pessoas são, na sua maioria, roubadas e param em comunidades do nosso País onde existem, sim, caminhos fáceis e tortuosos para esses jovens, como o crime. Mas essas mesmas armas de fogo, que têm os seus números riscados, são as que matam os irmãos, os pais e os filhos desses 60 jovens e tantos outros, porque esses representam muitos outros que são a vida real do nosso País.

Portanto, eu acho que, para debatermos esse referendo que vai acontecer no nosso País, nós temos de ir além das meras expectativas, nós temos que conhecer a nossa Cidade. Nós não precisamos entrar no site da ONG Viva Rio para conhecê-la, nós podemos caminhar, contatar com esses jovens de verdade. E por que eu falo tanto nos jovens? Porque são eles que morrem. Cinqüenta por cento dos 550 mil mortos, em 20 anos no nosso País, por arma de fogo, são jovens, na sua maioria homens e negros que moram nas periferias deste País. Então, antes de debatermos as estatísticas, que são duras e que são chocantes, que também nos convencem a sermos favoráveis ao desarmamento, vamos simplesmente olhar a realidade da nossa Cidade e conviver com pessoas reais, que têm vida, que têm família, que têm ambições, ou não, mas pessoas que, de verdade, fazem esta Cidade ser viva.

Por isso, daqui em diante, espero que esta Câmara, como tantos outros espaços do Poder Público em nosso País, dos Legislativos, torne o debate do referendo um debate real à vida de Porto Alegre, que consiga olhar as pessoas que morrem na nossa Cidade, que olhe para a sua maioria, Ver. João Dib, e não para a minoria de brancos que morrem sendo assaltados, que olhe, sim, para esses jovens que são mortos todos os dias na periferia da nossa Cidade. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu queria saudar um casal que está sentado nas galerias. Posso dizer, com muito carinho, que eles foram quase um segundo pai e uma segunda mãe e estão hoje nos honrando com suas presenças aqui no plenário, o Sr. João Silva e a sua esposa, Dona Cila. Em seus nomes, saúdo a todos que estão sentados nas galerias. Um aplauso, com muito carinho, a eles e às suas filhas, que também estão presentes. Isto eu digo do fundo do meu coração. (Palmas.)

Ontem pela manhã, eu recebi alguns telefonemas de pessoas que estavam no Posto do INSS na Av. Otto Niemeyer. Eu estava vindo para a Câmara, mas retornei ao local a fim de verificar o que estava acontecendo. Meus caros amigos que nos acompanham aqui e pela TVCâmara, fiquei estarrecido quando cheguei ao local. Conversei com várias pessoas que estavam na fila desde a meia-noite, pessoas idosas, com frio, pessoas aposentadas, que deram o seu trabalho, a sua luta, o vigor da sua juventude para o engrandecimento do nosso País. Agora, vejam, meus caros Vereadores e Vereadoras, como é que essas pessoas são tratadas! O INSS fez 60 ou 70 dias de greve. Ouvimos que tudo estaria normalizado, com os postos abrindo aos finais de semana até a situação se normalizar. É mentira! Nada disso está acontecendo.

Perdoem-me pela palavra, mas o nosso Ministro da Previdência deveria tirar a bunda de dentro do seu gabinete - porque ele é pago para isso e muito bem pago - e verificar o que está acontecendo nesses postos de saúde. Verificar como é que os nossos idosos estão sendo tratados, porque há o Instituto do Idoso. Um dia, nós vamos ficar velhos; um dia, todos nós ficaremos velhos. Será que o sofrimento desses idosos continuará até os últimos dias de suas vidas? Pessoas que precisam de medicamentos, pessoas tremendo de frio...

Vou citar o nome de algumas pessoas, estão aqui os nomes, eu vou dizer, não vou mentir, não estou inventando absolutamente nada. Falei com a Dona Iara, responsável por lá, muito educada, atendeu-me muito bem e informou-me que havia quatro ou cinco pessoas, que era para ter onze pessoas atendendo, metade dos funcionários parece que estavam doentes e não foram trabalhar. Enfim, eu não sei o que está acontecendo. Falei com a Rosângela Santos da Rosa, que disse: “Pela terceira vez, eu venho aqui às 2h da manhã e não consigo atendimento”. O Seu Fernandes e o Seu Antônio Carlos foram vários dias lá, são pessoas idosas e necessitadas, pessoas que vão três, quatro vezes por dia lá e não conseguem atendimento, senhoras e senhores! Maria Geni, chorando, apertou a minha mão e disse: “Olha, eu vim ontem às 2h; hoje cheguei um pouco mais tarde por causa da condução, cheguei aqui às 3h da manhã.” Estava lá molhada, com frio, tremendo, e eu acho que não conseguiu ser atendida ontem.

Depois outra senhora me procurou, a Dona Mary Fraga da Silva. Ela pagou 15 reais para uma pessoa reservar um lugar: “Comprei, ela me pediu, eu preciso desses 15 reais, mas a outra pessoa precisa mais do que eu”. A mulher não tem condições, não tem estrutura física. Aí eu me lembrei, naquele momento, do nosso Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Eu me lembro muito bem do seu discurso, de que ele iria mexer profundamente na área da Previdência, de que tinha um programa para atender aos nossos idosos, recuperar a auto-estima, a cidadania dos nossos idosos. O que está acontecendo? Veta o salário-mínimo; desmembra o salário-mínimo dos aposentados e assim por diante. Então, esse é o tratamento que os nossos idosos estão tendo pelo nosso Presidente?

Vossas Excelências sabem muito bem da promessa de campanha do Presidente. Sabem muito bem! Eu fiquei extremamente chocado com o que vi ontem, e isso não é só no Posto da Av. Otto Niemeyer, isso está acontecendo em todos os postos do INSS. Está feito o registro. Eu saí de lá triste, porque são pessoas idosas, que necessitam de calor humano, de uma consulta.

Portanto, em resumo - já encerro, Sr. Presidente -, diante da situação hoje do nosso INSS, sem dúvida nenhuma, as pessoas saem de lá muito mais doentes do que quando chegam. Isso é o que está acontecendo, lamentável e tristemente. Até quando os nossos idosos vão ter esse tratamento? O ser humano não merece isso! Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

DISCUSSÃO PRELIMINAR

(06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5071/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 011/05, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para 2006 e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 a 04.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este é, sem dúvida nenhuma, um momento muito importante desta Sessão; nós vamos discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias, para que, a partir dela, se elabore o Orçamento do próximo ano. E os Vereadores têm discutido - seis Vereadores discutem, são seis Sessões consecutivas, para que, depois, a Comissão de Finanças receba as emendas, que podem ser emendas da coletividade e que deverão entregues até o dia 12. A coletividade pode apresentar uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias, assinada por três entidades, e essas três entidades só podem assinar uma emenda para uma obra, não podem figurar numa outra emenda. E os Vereadores podem apresentar emendas até o momento em que esteja lá na Comissão de Finanças.

Na sexta-feira, amanhã, às 10h30min, a Comissão de Finanças fará uma Audiência Pública, e deve estar presente o Secretário da Fazenda, para que a coletividade coloque as suas preocupações com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Agora, nós temos preocupação com o que falam alguns Vereadores - nós, que temos algum tempo de Câmara Municipal, são 34 anos. Outros têm quase isso também, são poucos os Vereadores de primeiro mandato. Todos os que não são de primeiro mandato sabem que, nos últimos 16 anos, reiteradamente, o Prefeito da oportunidade, o Prefeito de plantão, fazia a sua proposta colocando num artigo que, no Projeto de Lei Orçamentária, constariam as seguintes autorizações: abertura de créditos suplementares, como segue, no máximo de 10% do total da despesa autorizada. Não houve nenhuma vez nos últimos 16 anos em que isso não foi colocado. Nenhuma vez!

E, todas as vezes, emendas de Vereadores fizeram com que fosse reduzido para 4%, 4,2%, 4,25% ou até 5%; no ano passado foi colocado para 3%. Foi o valor mais baixo. Já houve até problema em 2003, depois de aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, com 4,25%: um Vereador apresentou 0,25%, foi à Justiça e perdeu. Bem, então nós sabemos que os Prefeitos ao longo do tempo fizeram isso. Se os Vereadores quiserem dar, muito bem; se não quiserem, e não devem dar mesmo, as emendas estão aí para serem feitas. É por isso que se manda a Lei para ser aperfeiçoada pela coletividade e pelos Vereadores.

Por outro lado, é importante registrar que, na maioria das vezes, nesses últimos 16 anos, as suplementações à conta de excesso de arrecadação não aconteceram, os excessos de arrecadações preconizados. E o Tribunal de Contas de Contas disse: “Se repetirem, no próximo ano as contas serão rejeitadas”. Mas, como não havia uma seqüência na análise das contas e, de repente, esqueciam, nunca as contas foram totalmente rejeitadas.

E também, agora, no art. 13, o Prefeito propõe 2% sobre a Receita corrente líquida para reserva de contingência, na forma preconizada no inciso III, alínea b, do art. 5º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Isso é a criação de recurso para utilizar, suplementar verbas, por exemplo, de pessoal, ou da própria Câmara. Essa é a crítica que tem sido feita ao Sr. Prefeito José Fogaça, por ter mandado esse pedido de 2% para reserva de contingência.

Eu tenho em mãos a Lei de Diretrizes Orçamentárias que originou o Orçamento deste ano, em que o Prefeito João Acir Verle obteve os 4% por meio do art. 8º, não do art. 14. Com os mesmos termos, com os mesmos incisos, com a mesma lei, ele pediu e recebeu 4% sobre a Receita corrente líquida destinada a atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, conforme inciso III, alínea b, do art. 5º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estou lendo agora a deste ano, do Prefeito José Fogaça. (Lê): “Conforme inciso III, alínea b, do art. 5º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.” É a mesma coisa, não há diferença, mas, como é para criticar, nós colocamos as nossas críticas.

Como este ano a apresentação é diferente da do ano passado, nós temos no art. 18 o que era o art. 22 da Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano passado. (Lê.) “A admissão de servidores, as despesas com pessoal e encargos sociais não excederão os limites estabelecidos pela Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que disciplina os limites das despesas com o funcionalismo público, na forma do art. 169 da Constituição da República Federativa do Brasil.” Repete a atual Lei de Diretrizes Orçamentárias.

É claro que, se olharmos isoladamente, é possível que se pense assim - e eu não estou fazendo crítica, dizendo que a pessoa que informou fez isso com desejo de equívoco: ”Os servidores municipais não podem ter diminuídos os seus salários”. Isso todos sabem, é a Constituição, não podem diminuir os salários. Se os valores estiverem inferiores às necessidades do ano de 2005, eles serão suplementados.

E o Prefeito está anunciando, ainda que não seja o desejo dos servidores, uma reposição salarial de 4.51, retroagindo parte deste aumento a maio deste ano, são 2,5%, o que daria no contracheque dos servidores, se ocorrer agora em setembro, mais 12% e, no mês seguinte, apenas mais 2,5%. Em janeiro, teriam mais dois e uns quebrados por cento; em maio, a reposição total da inflação - e um gatilho, se fosse necessário -; e, se possível, teriam mais do que a inflação.

Portanto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias está posta. Eu espero que os Vereadores dêem a sua contribuição, que façam as emendas, pois nós já disponibilizamos formulários para que aquele relator que for sorteado... E eu vou sortear o relator, não há injunções que me sejam feitas, porque assumo a responsabilidade dos meus atos, não vou ser analisado e corrigido por ninguém; eu acho que é justo, porque todos os Vereadores são iguais, e aí, mesmo que eles fossem 11, seriam todos iguais. Trinta e seis são iguais; uns com mais tempo dentro da Câmara, uns mais dedicados à Vereança e outros dedicados a outras coisas também, inclusive à Vereança. De qualquer forma, vou sortear entre três Vereadores: Verª Maristela Maffei, Ver. Luiz Braz e Ver. Professor Garcia. O sorteado vai fazer o relatório.

Mas eu solicito a compreensão de todos os Srs. Vereadores: por favor, não façam emendas descabidas, não façam emendas por emendar; nós precisamos fazer uma bela Peça Orçamentária, nós temos nas mãos as armas para propiciar ao Prefeito a oportunidade de dar a Porto Alegre a chance de crescer, de fazer investimentos, de criar trabalho, de melhor atender a seus servidores. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Não se encontra. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, na discussão de definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias, temos, sim, que ter uma coerência histórica e uma coerência de construção de projetos qualificados para a Cidade.

Vou repetir, neste momento, algumas observações e sugestões que já fiz desta tribuna para a base do Governo e para o Sr. Prefeito José Fogaça, porque ainda não obtivemos respostas aqui nesta Casa, para que possamos corrigi-las. A primeira observação - e vou insistir nela - é sobre o percentual de verba suplementar que o Governo Municipal propõe na LDO para o ano de 2006. O Governo está propondo que 10% do orçamento de investimento fique como verba suplementar, e ele não precisa, neste momento, dizer para qual projeto destinará essa verba. Portanto, se são dois bilhões e cento e oitenta milhões de reais, o Sr. Prefeito Municipal está pedindo aos Vereadores que assinem um cheque em branco de 218 milhões para fazer a suplementação. Quero repetir aqui: o único Vereador que se pronunciou favorável a essa redução foi o Ver. João Dib.

Por que entendemos assim? Porque, em 2003, a suplementação foi de 4,2%; em 2004, foi de 4,25%; em 2005, foi de 4%. Em 2006, se quisermos ter coerência, devemos manter esse mesmo patamar, em torno de 4%. Portanto, convido as demais Bancadas a assinarem junto conosco uma Emenda que vem trazer uma qualificação histórica da cidade de Porto Alegre no que diz respeito à suplementação.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, vou dizer de novo a V. Exª e à Casa que, em todos os anos, os Prefeitos mandaram 10%, mas nem sempre obtiveram. No ano passado, a Câmara deu para o Prefeito 3%.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Correto.

 

O Sr. João Antonio Dib: Eu acho que V. Exª terá o apoio não só deste Vereador, mas de todos os Vereadores para reduzir. Tranqüilamente.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Agradeço a V. Exª o aparte e reafirmo o que já disse aqui: por enquanto, V. Exª é o único Vereador desta Casa que se pronunciou favoravelmente a esse tema.

 

O Sr. João Antonio Dib: Mas eu garanto por todos os outros, pode ficar tranqüilo.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: É óbvio que estamos aqui para o debate e para construir a relação com os demais Partidos e Vereadores da base do Governo, a fim de termos uma coerência na política administrativa da cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) De forma rápida, Vereador: na segunda-feira, quando eu trouxe essa questão dos 10%, imediatamente eu entrei com uma Emenda propondo 4%, que já está protocolada, Emenda nº 04, que teremos oportunidade de votar aqui na Casa.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Quero dizer que somos solidários à sua posição. É verdade, o Ver. Professor Garcia também já havia se pronunciado sobre esse tema.

A segunda questão importante que a Lei de Diretrizes Orçamentárias apresenta é a destinação dos recursos para a folha de pagamento e funcionalismo. Aqui nos documentos apresentados, há uma redução gradativa dos valores para os anos subseqüentes. Portanto, esse é um tema que está em aberto e que precisamos discutir. Eu não gostaria que esse tema fosse tratado como suplementação de verba; gostaria, sim, que isso já fosse orientado no Projeto de Lei, e não dizer que haverá suplementação.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, fico contente que V. Exª discuta item por item com muita tranqüilidade, meus cumprimentos. Mas veja V. Exª que a Constituição diz que os salários são irredutíveis. Então, o Prefeito não pode reduzir o salário, mas pode, talvez, diminuir estagiários, algumas vantagens que existem. Essas podem, mas os salários estão assegurados. E, se necessidade houver, é na reserva de contingência que ele vai buscar.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João Dib, entre a lei, a intenção e o desejo tem de haver clareza. Se V. Exª está deduzindo que o Prefeito poderá reduzir estagiários, reduzir horas extras, haverá a lógica de dedução de serviços e de disponibilidade funcional. Por que nós e a Cidade não podemos saber disso planejadamente e antecipadamente? O que eu reivindico aqui é que se tenha essa orientação numérica, para que possamos saber das intenções do Governo Municipal com a possível redução de verbas no funcionalismo, ou de serviços, ou de complementações e contratações.

Dito isso, vou seguir na nossa Pauta e dizer que, das Emendas que apresentamos aqui no Plano Plurianual e que foram aprovadas, uma delas não foi transmitida para a LDO, que é a Emenda que aprovamos para a construção do Centro de Atividades Rururbanas na Vila Nova - é verdade, também, com uma Emenda do Ver. Ervino Besson. Na nossa Emenda, destinamos 210 mil reais para esse fim, e não consta da LDO. Eu não tenho notícia de que o Prefeito tenha vetado algumas das Emendas aprovadas no Plano Plurianual. Se assim o fez, creio que esta Casa teria de analisá-las. Então, não tenho conhecimento de que a Emenda apresentada por este Vereador tenha sido vetada. Falo à Liderança do Governo - já falei ontem -, porque estamos aqui para o diálogo.

Além disso, das outras duas Emendas apresentadas - e falo aqui aos Vereadores que trabalham muito com o tema da Saúde -, uma delas refere-se ao Hospital da Restinga, aprovada por nós, em que o somatório dos recursos já destina 1 milhão e 400 mil reais, na contrapartida do Município para aquele Projeto do Hospital da Restinga. Porém aqui, como meta para 2006, na questão de prédios, o Governo apresenta como zero. Não pode! Se nós estamos aprovando recursos e já há um convênio firmado com o Parque Moinhos de Vento, como pode ser zero para a construção de prédios? E no cronograma, no final de 2005, deverá estar construída a primeira etapa, que é a Maternidade do Hospital-Geral da Restinga! Então, isso tem de aparecer como uma meta a ser cumprida!

Iremos cobrar incessantemente e ajudar a construir, se houver obstáculos de alguma ordem, seja no convênio, seja sob o ponto de vista do entendimento técnico. Para fazer isso, já digo aqui, Sr. Presidente, que o Projeto do Hospital da Restinga está parado na SMOV! Não sai da SMOV, não é aprovado! E, sem projeto urbanístico, sem projeto arquitetônico, não podemos construir nada! Portanto, Verª Clênia Maranhão, fraternalmente, nós temos de fazer com que o Projeto do Hospital da Restinga, que ainda não obteve a aprovação da SMOV, seja aprovado para que o cronograma possa ter continuidade!

Além disso, aprovamos outra Emenda, Verª Margarete Moraes, sobre um tema que lhe somos todos muito gratos, porque V. Exª, quando Secretária de Cultura deste Município, conduziu o processo para a construção da Pista de Eventos ou do Complexo Cultural do Porto Seco; um investimento de 72 milhões de reais para a Cidade. Nós apresentamos uma Emenda, a qual foi aprovada, para construir o que denominamos de Universidade Popular do Carnaval, ou Escola Popular do Carnaval. Por que isso? Porque foi feito todo um investimento na construção daqueles barracões, e eles não podem funcionar tão-somente no período do carnaval. Durante o resto do ano, nós temos de fazer cursos, seja curso de arquiteto do carnaval, de estilista do carnaval, de música, seja curso para confeccionar instrumentos musicais, com o intuito de gerar uma indústria que venha a absorver, justamente, a juventude que hoje é excluída das escolas. Com esse tema, Ver. Dr. Goulart, nós poderemos incorporar esses segmentos num setor que os satisfaçam culturalmente, tecnicamente e economicamente, dando-lhes vida. Hoje, se comprarmos do Rio de Janeiro qualquer fantasia para o carnaval, o custo será de 20 a 50 reais, por que nós não exportarmos fantasias para o mundo?

Então, eu peço o apoio de todos os Vereadores para essa Emenda, no sentido de construirmos a Universidade Popular do Carnaval, como uma referência de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul para o Brasil e para o mundo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Ver. Comassetto.

Eu queria fazer uma pequena correção: anteriormente, eu chamei o Ver. Professor Garcia, o qual, apesar de estar aqui no Plenário, não estava inscrito para discutir a Pauta Especial. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, cumprimento as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores. Quero fazer dois registros: primeiro, saúdo as comunidades que se envolveram no Projeto que vamos debater em seguida. Eu acho que isto é importante: o mérito ocorre quando as organizações estão envolvidas. Independente do resultado, já é uma vitória vocês estarem aqui presentes. Eu aproveito para saudar a Verª Neuza Canabarro, que é a autora do Projeto que nós discutiremos a seguir. Em segundo lugar, quero dizer que está sendo recebida, neste momento, pela CUTHAB, juntamente com o representante do Conselho Popular do Partenon, a comunidade que ocupou o Jardim Bento Gonçalves e que está sendo despejada daquele lugar. Ressalto que, naquela comunidade, há mães com crianças pequenas. Ou seja, é mais uma dessas injustiças que nós vemos por aí, e temos de estar juntos para que ela não ocorra.

Entrando no debate sobre a questão da LDO, eu fiz uma intervenção no primeiro dia e, no contexto geral, quero especificar alguns temas, para que possamos começar a aprofundá-los. Na verdade, todos nós queremos, Ver. Dib, dar a nossa contribuição, mas também estamos aqui para trocar idéias, para compreender o contexto que nos foi trazido, e, para isso, são necessárias algumas respostas. E é necessário também entrar um pouco mais no mérito. É claro que nós, de cara, já identificamos, no nosso conceito, alguns problemas. Por exemplo: há diminuição de recursos para o pagamento dos servidores públicos. Apesar de o Ver. João Dib ter feito todo um exercício aqui, para a nossa Bancada isso ainda não ficou claro, e essa diminuição vem na ordem de 300 milhões de reais para os próximos anos. Não dá para compreender bem isso, assusta-nos um pouco. Passa a impressão de uma irresponsabilidade, como se houvesse um enxugamento, talvez venha por aí algum novo PDV - Plano de Demissão Voluntária - nosso, ou a diminuição de salários ou a retirada de vantagens.

Por que eu digo isso? Nós queremos uma explicação, exigimos uma explicação do Executivo a respeito dessa redução. Por outro lado, nós vemos um aumento de recursos, no item Outras Despesas Correntes, próximo a 400 milhões de reais. Despesas correntes são aqueles gastos com a máquina pública. O que significa isso no planejamento? É autorização de terceirização? É aumento de outros serviços para a burocracia? Quer dizer, há retirada de recursos para os servidores e aumento de recursos para os gastos com a máquina pública. Essa é a equação. Qual é exatamente a explicação? A população quer saber isso! Há diminuição de recursos para pagamento dos servidores e aumento de recursos no item Outras Despesas Correntes, isso só se for uma orientação do Tribunal de Contas ou uma outra orientação legal, senão, até aqui, nós não conseguimos ter uma justificativa real. É necessário que se abram essas rubricas, porque, senão, vai acontecer exatamente o que ...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Vereadora, nós não podemos deixar intranqüilos os servidores municipais. A Constituição diz que os salários são irredutíveis, o Prefeito está anunciando não aquilo que os municipários desejam, mas aquilo até que não foi dado nos dois anos e meio, ele está anunciando algum reajuste. Então, não podemos deixar preocupados os municipários. Vai haver dinheiro para pagar os servidores, sem nenhuma preocupação.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver. João Dib.

Eu gostaria de deixar claro que quero aplicar a lógica que foi trabalhada na eleição. Por exemplo: nós não extinguimos a bimestralidade; nós paramos de concedê-la por um determinado tempo, pela questão da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas sempre foi dito que iria ser reposta a bimestralidade. Aqui, em nenhum momento, isso é colocado!

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, rapidamente, para contribuir com o debate. Não se reduzem salários, mas podem-se retirar gratificações, mexer em outras vantagens, e isso pode implicar redução nominal de salário.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Vereadora e companheira Sofia, por isso é necessário abrir essas rubricas, para que, de fato, a gente possa compreender a repercussão concreta do conjunto dos nossos gastos orçamentários.

Vamos a outros itens que precisamos pontuar aqui: por exemplo, a questão da Assistência Social. Onde está o Programa do PAIF, Programa de Atendimento Integral à Família, Programa do Governo Federal em parceria com o Município em pleno funcionamento e com alguns núcleos constituídos? Ele vai continuar? Vamos pegar um exemplo: o Bonde da Cidadania, que, aliás, vamos estar discutindo no dia 6, aqui na Casa, com a presença do Secretário da Frente Parlamentar. E, por outro lado, vão acabar com outros programas importantes, de continuidade, que estão sendo praticados e que, daqui a pouco, já deixam de existir porque não estão mais previstos.

Há programas que se repetem, aliás, que se sobrepõe. Na página 8 do Anexo I, temos: “Nascas, Núcleos de Atenção à Saúde de Crianças e Adolescentes; Psiquiatria Infantil, Melhorar o Acesso ao Serviço de Saúde”. Na página 9, há outra ação: “Tratamento de Drogaditos”. Essas soluções são, no mínimo, similares. E eu penso que colidem, portanto é necessário um melhor esclarecimento do Executivo, para que a gente possa contestar, para que não fiquem programas que, às vezes, têm a mesma afinidade, que acabam não sendo colocados em prática na articulação entre as Secretarias. Isso ocorre também com o atendimento aos PPDs, Ver. Oliboni. Há ações dispersas que podem colidir também, e, com isso, pode haver desperdício de recursos humanos ou materiais.

Há outras ações também com problemas, por exemplo, na página 20: “Sustentabilidade do Orçamento Participativo; produto: demandas atendidas; metas: 10” - é o que consta. Quer dizer, o Governo terá que responder se vai atender a apenas 10% daquilo que foi demandado pelas comunidades. E outras questões, também na página 20: “Governança Solidária Local”. Aqui está a divulgação, a propaganda bem escondidinha, ou quase escondida, nas entrelinhas: “Produção de material educativo do PGSL”, são 200 mil reais em materiais. Depois vem: “Informativo da Juventude”, com 600 mil. No total, são 800 mil de material informativo.

É um número alto, senhoras e senhores, mas ainda há mais em outras ações quanto a informativos ou material de propaganda. Nós queremos que as questões da publicidade fiquem muito explícitas, muito claras, porque todo o material que fazíamos no sentido de esclarecer a população sobre aquilo que estava sendo realizado era colocado aqui como um crime! Como se tudo que fosse informar, empoderar a população daquilo que estava sendo decidido fosse algo para partidarização, para fazer propaganda. Então, não queremos dois pesos e duas medidas para a cidade de Porto Alegre! Queremos que as coisas fiquem muito claras.

Bom, esse foi mais um dia, e temos mais quatro discussões, para que os cidadãos de Porto Alegre possam estar se apropriando, já que não houve uma discussão como deveria, nós aqui temos esse compromisso. Aqui há um público, e, no Canal 16, há outro público nos assistindo, então temos que ir trocando essas relações. Na sexta-feira, dia 2 - não é, Ver. João Dib? -, teremos uma Reunião na CEFOR, uma Audiência Pública para discutir todo esse tema, e estamos convidando toda a população. Muito obrigada e até a próxima. Nós aqui queremos estabelecer uma relação com a sociedade, sempre informando, porque é obrigação do Legislador.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoamos dois ofícios do Sr. Prefeito Municipal. O primeiro de nº 525/05, Proc. 05388, de 2005, que comunica que se ausentará do Município de Porto Alegre e do País no período de 6 a 9 de setembro para participar da reunião do Comitê Executivo da Federação Latino-Americana das Cidades. Segundo, também do Sr. Prefeito, o de nº 257/05, Proc. 5389/05, de 2005, que comunica que se ausentará do Município nos dias 9 e 10 de setembro para participar do evento “Fomentando o Direito”, em Campinas, São Paulo.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos assistem pelo Canal 16, é a primeira vez que eu venho discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Considero-a uma lei muito importante, porque é exatamente a que vai regular os investimentos da cidade de Porto Alegre, da Prefeitura na nossa Cidade. E os Vereadores, que têm responsabilidade, devem ler com toda atenção, devem propor emendas, supressão de emendas; enfim, devem contribuir para que o Orçamento seja o melhor possível.

Eu quero me referir, assim como o fizeram a Verª Maristela e a Verª Sofia, à questão do funcionalismo, porque é uma obrigação, é um desafio de todos os gestores, independente de Partido, equacionar e administrar a relação entre os servidores e a Administração da Cidade. E o PPS e o PTB devem responder às expectativas que eles criaram junto aos servidores, porque este Governo que está hoje aqui reforçou o discurso do funcionalismo, inclusive aquele discurso raivoso e desrespeitoso contra a nossa Administração Popular. Eu sou testemunha disso quando Presidenta desta Casa, discutiu-se aqui, sem nenhum respeito por parte da platéia, a questão da alíquota do Previmpa. E aquilo que foi prometido é cobrado agora; os funcionários fizeram assembléia hoje, porque diziam a eles que a suspensão da bimestralidade era apenas falta de vontade política da Administração Popular, que não havia nenhum problema com a Lei de Responsabilidade Fiscal. E não se tratava disso.

Na revista da Aiamu, em março de 2005, o Prefeito Fogaça dizia o seguinte (Lê.): “A bimestralidade está na lei, nós temos de cumprir. E, havendo folga na Lei de Responsabilidade Fiscal, nós vamos cumprir.” Então, eu quero dizer que a despesa com a folha e as Receitas do Município hoje estão abaixo da margem prudencial indicada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nas negociações da nossa Administração Popular com os servidores, nós não falávamos em supressão, falávamos em suspensão da bimestralidade. Havia um reconhecimento público por parte da nossa Administração de que havia um passivo e de que, logo que fosse possível, essa questão seria superada.

Hoje o Governo acena com um reajuste de 4,51% em duas parcelas. E aí eu quero perguntar: onde está a coerência deste Governo? Tenho em mãos um panfleto do Governo que diz o seguinte (Lê.): “O servidor de Porto Alegre recebeu o maior reajuste salarial de 2002 a 2004” - portanto no Governo da Administração Popular, Verª Sofia - “se comparado ao funcionalismo público do Estado e do Governo Federal.” E há uma tabela mostrando que, em 2002, a União deu de reajuste 3,50%; o Estado deu 0%; e a Prefeitura da Administração Popular deu 16,33% de aumento. Em 2003, a União deu 1% de aumento; o Estado do Rio Grande do Sul, 0%; e a Prefeitura, 14,83%. Portanto há um aumento, em relação aos outros, de 33,58%.

Eu quero dizer - e queria cobrar dos Vereadores da situação hoje - que, no dia 28 de abril de 2004, diziam desta tribuna (Lê.): “... preocupados com a perda salarial que vitimou os municipários quando perderam a bimestralidade no Município de Porto Alegre. Neste momento de crise, de crescimento do valor das tarifas públicas, do aumento da cesta básica, a perda da bimestralidade significa, efetivamente, neste último semestre, uma perda do poder aquisitivo dos municipários e das suas famílias”. Então, agora está na hora, Ver. João Antonio Dib, de transformar essas preocupações em fatos; o momento é este. Eu creio que não é fácil ser governo, mas quem disputa e vence uma eleição tem que se preparar para enfrentar esses momentos, inclusive não tem o direito de mandar para esta Casa vetos com erros formais, com erros primários.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Margarete Moraes, a perda dos municipários começou em maio de 2003, quando o Prefeito João Verle informou ao Fórum dos Municipários que a arrecadação dos últimos 12 meses era de 1 bilhão e 460 milhões de reis. Na realidade, era de 1 bilhão e 512 milhões. Ele poderia ter pago a bimestralidade. Daí em diante, ele não pagou mais.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Vereador.

Eu vou ler para o senhor o que diz o panfleto do Governo. (Lê.): “O servidor de Porto Alegre recebeu o maior reajuste salarial de 2002 a 2004, se comparado ao funcionalismo público do Estado e do Governo Federal”. Este aqui é panfleto do Governo; não sou eu quem está dizendo isso.

Agora eu quero dizer o seguinte em relação à Lei Complementar nº 505, de 28-05-2004 (Lê.): “Art. 5º - Fica determinado que, em fevereiro de 2005, será realizado novo cálculo atuarial para averiguação real da alíquota.” Então, o cálculo era um comprometimento, e ele foi feito, mas eu não consegui, Ver. João Dib - queria que o senhor me ajudasse -, encontrar o valor da alíquota da Previdência. É uma questão muito séria essa!

Outra questão na discussão da Lei das Diretrizes Orçamentárias: entre 2002 e 2005, a despesa com pessoal evolui, evolui muito; agora, para 2006, a despesa com pessoal e encargos sociais cai. Em 2007 e 2008, esse mesmo item, o da despesa, cresce. Eu quero saber o que significa isso. Gostaria que os Vereadores da situação me ajudassem. Por que essa redução tão forte para 2006 na despesa com pessoal? O Executivo pretende uma redução no seu quadro próprio? Há algum programa de demissões voluntárias? Ou pretende reduzir despesas com pessoal com alguma medida mágica? Eu gostaria que me respondessem.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margarete, quero parabenizá-la pelas informações que traz e pela análise que faz. Lembro que o atual Presidente do Previmpa, Rigotti, que gritava aqui nas galerias, junto com um grupo grande de municipários, que 9% era confisco, apresenta agora o cálculo e vai aplicar 11% na Previdência!

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Onze por cento! É preciso ter coerência estando no Governo ou não estando no Governo.

Sobre o Anexo I, eu o li com bastante atenção e tive muitas dificuldades de compreender essa Peça: não há a discriminação do órgão responsável, não se sabe qual é o órgão, e falta precisão entre produtos e metas. Eu procurei o Plano Plurianual e peguei, como exemplo, um projeto chamado Gurizada Cidadã. O item 120 diz assim: “Atividades culturais para jovens”. Dentre as atividades diz: “Gincana da Juventude, Festival de Bandas de Música, Concurso de Expressão Cultural e Artística” - todos projetos meritórios para a juventude. Agora: ”Execução: Secretaria Municipal da Juventude”. Não é possível! Isso - eu estou fazendo uma denúncia muito séria! - significa um desvirtuamento, um desprezo pela Secretaria Municipal da Cultura, porque a expressão artística deve ser regulada pela Secretaria Municipal da Cultura. Assim como acontece no item 121: “Atividades esportivas para crianças e jovens. Execução: Secretaria Municipal de Esportes”. Está certo o segundo item. A Secretaria da Juventude, nesses casos, deve trabalhar com transversalidade, mas o órgão que deve se responsabilizar pelo item número 120 tem de ser a Secretaria Municipal da Cultura.

Sobre a Peça Orçamentária, eu tenho outras questões, Sr. Presidente, para colocar. O meu próximo item será o Porto da Inclusão, mas vou cumprir o horário e deixar para a próxima ocasião. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Verª Margarete Moraes e outros Vereadores que me antecederam: eu tenho aqui em minhas mãos... Eu dei uma olhada rapidamente no Projeto do ano passado, da Administração Popular, e no Projeto do atual Governo. E existe, entre a LDO do Governo anterior e a do Governo atual, muita diferença quanto à clareza. Os anexos do Projeto anterior - eu tenho aqui em minhas mãos o Projeto atual e o anterior - não têm o nível de detalhamento que há em relação ao atual. Ver. Todeschini, eu pediria que V. Exª lesse o detalhamento dos Projetos, há clareza no Projeto do Governo atual em comparação ao outro Projeto. Sem dúvida nenhuma, para o nosso entendimento, dos Vereadores, está muito claro o Projeto do atual Governo. Nós temos que entender, para que possamos discutir junto com a comunidade o Orçamento.

Se há um Projeto importante, minha cara colega Verª Margarete, é a LDO; é quando podemos, juntamente com as comunidades, discutir as emendas, momento em que podemos apresentar as emendas que são reivindicações das comunidades! Então, está muito claro o Projeto do atual Governo! Está aqui o Governo apontando onde serão aplicados os recursos, porque o outro Projeto não diz nada! É difícil de entender. Ele está aqui nas minhas mãos, peço que os Vereadores o leiam, mas o leiam com calma, com atenção e percebam a diferença de um Projeto para outro! Está aqui o Anexo I, está claro onde serão aplicados os recursos!

Na área da Saúde, está claro aqui: Hospital Geral da Restinga, Pronto-Socorro da Zona Sul, que é uma reivindicação daquela comunidade! No Programa Bem-me-quer, há ampliação da rede de abrigos e proteção para nossas crianças, nossos adolescentes, que estão aí na rua! Nós temos de investir em cima dos nossos adolescentes! Crianças têm de estar na escola, não podem estar por aí, perambulando pelas ruas! Eu disse, no meu penúltimo pronunciamento, que, à meia-noite, passei pela Zona Norte, e, numa esquina da Av. Assis Brasil, havia três, quatro crianças pedindo esmola! Meia-noite! Está aqui um programa claro do Governo: vão investir em cima dessas crianças! Vamos dar condições para essas crianças! Então, está aqui no Orçamento, e já foi dito aqui desta tribuna.

Meus caros amigos que nos acompanham nas galerias: em 2002, 2003, 2004, o Orçamento da Prefeitura não cobriu as despesas. Matemática não mente. Em matemática, dois mais dois são quatro; não é cinco, nem seis, nem dez! Então, nos últimos três anos, o Orçamento da Prefeitura não cobriu as despesas! Isso tem de ficar claro aqui, a população tem de saber o que se passa na nossa Cidade, porque o povo é que contribui com seus impostos! Está com clareza aqui o Orçamento da LDO!

Vamos mais adiante um pouco: “Cidade Integrada, ampliação da rede de esgoto”, pois em muitos locais da Cidade falta a rede de esgoto. Ontem eu fiz uma visita à Estrada Campo Novo. O pessoal está enfrentando uma série de problemas pela falta da rede de esgoto! Falta muita coisa nesta Cidade. Então, está claro aqui onde será aplicado o dinheiro. Há o Programa Integrado Entrada da Cidade. Também prevê a melhoria na manutenção da rede de esgoto, para que possamos salvar o nosso Guaíba. O nosso Guaíba está sendo massacrado, o nosso Guaíba está sendo agredido pela poluição, porque o esgoto está indo direto para o nosso Guaíba, está aqui no Projeto, está aqui.

Há a previsão de melhorias dos sanitários públicos de Porto Alegre, que é outro assunto. O cidadão ou cidadã, quando quer ocupar um sanitário público...e muito dos senhores e senhoras ocupam também. Sabem com está a situação? Sabem e sabem muito bem! Vamos mais adiante um pouco. O Programa Cresce Porto Alegre também é uma reivindicação da comunidade. Implantação de marinas públicas em Ipanema e Belém Velho, ao longo da história de Porto Alegre a comunidade está reivindicando isso. Não é de hoje essa reivindicação, e isso não feito pelo Governo anterior. Aqui está claro. E, se alguém que me assiste pela TV Câmara, pelo Canal 16, duvidar, é só pedir que eu mando levar em casa. Está aqui a LDO da Administração passada e a LDO desta Administração.

Vamos falar a coisa com clareza, não adianta ocupar este microfone e inventar coisas, não se inventa nada, tem que falar com clareza. No Programa Integrado Entrada da Cidade, há a ação Criação e Promoção de Cooperativas de Produção e Serviços, cooperativas que tanto defendem outros Vereadores desta Casa, um caminho para resolver o sofrimento de muita gente, recuperar a auto-estima dessas pessoas; o sistema cooperativista é o caminho. Eu sou um homem apaixonado pelo sistema cooperativista, assim como o Ver. Ismael, o próprio Ver. Adeli Sell, o Vereador que preside esta Sessão - Ver. João Carlos Nedel - e outros tantos aqui nesta Casa.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu corroboro o que V. Exª está dizendo. Creio há muitas coisas que estão no Plano e que são apropriadas, e elas são conseqüências da lei que nós acabamos de aprovar, o Plano Plurianual. Mas confesso que ontem fiquei com algumas dúvidas. Por exemplo, não lembro se é na página 17 ou 18, há uma ação que se chama Desenvolver o Plano Diretor de Esgotos e o Plano Diretor de Águas. Isso me espantou, em primeiro lugar, porque o Plano Diretor de Esgotos - e existe um, sim, na Cidade - é bastante atual, é de 1996. E um Plano Diretor de Água foi atualizado na sua terceira edição depois de dois anos de intensivos trabalhos e foi concluído em novembro de 2004, portanto não entendi, entre outras coisas, isso.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Todeschini, agradeço a V. Exª, mas quero dizer que o Prefeito atual está há oito meses apenas na Administração. É muita diferença de um Partido que esteve à testa da Prefeitura durante 16 anos, há muita diferença, é o início de um trabalho, de uma mudança. É preciso acreditar, é outra proposta, e a Cidade aceitou essa outra proposta, porque quem elegeu, quem mudou a Administração de Porto Alegre foi o povo desta Cidade.

Nós vamos trabalhar, a Cidade vai ter o retorno, sem dúvida nenhuma; ela confiou numa mudança, e está aí o novo Prefeito. Eu acho que nós temos responsabilidade com a Cidade e vamos mudar o destino desta Cidade, sim; é para isso que fomos eleitos.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, eu fiz uma colocação muito séria e, como Vereadora, tenho direito de não entender esta Peça, até porque mudou o formato, que é um direito da nova Administração. E a minha dúvida principal é esta: por que vai diminuir a verba total em relação ao funcionalismo em 2006? Vossa Excelência disse que é tão simples, eu acho que é bem complexa esta Peça, são as questões do Orçamento. Eu gostaria que os Vereadores da base governista ajudassem a esclarecer. Apenas isso, não há nenhuma má-fé no meu pronunciamento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Verª Margarete, pela sua trajetória, pela sua história, V. Exª foi Presidente desta Casa - tenho o maior respeito por todos os Vereadores -, penso que V. Exª é extremamente digna, extremamente honesta, e esse esclarecimento V. Exª terá sem dúvida nenhuma.

Há o Programa Lugar de Criança é na Família e na Escola. Importantíssimo. Está aqui na LDO: lugar de criança é na família e na escola. E hoje, lamentavelmente, nós vemos que muitas crianças estão fora da família e fora da escola. Portanto, vamos salvar essa segunda parte, porque o maior patrimônio desta Nação é a família, e a família está na situação que todos nós sabemos.

Nós vamos, sim, trabalhar em cima da segunda hipótese, na escola, para que possamos ter jovens preparados para assumir o destino deste País, porque essas novas gerações que assumirão a responsabilidade de administrar este nosso País, esses jovens têm de estar preparados. Se a estrutura da família está nesse descrédito, todos nós sabemos, então vamos trabalhar em cima da segunda hipótese, de que os jovens não fiquem perambulando pelas ruas, que fiquem nas escolas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu também estive hoje na assembléia dos municipários, encontrei-me com a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Todeschini. Eu queria, Verª Margarete, dialogar com V. Exª e com os demais Vereadores e dizer o seguinte: em primeiro lugar, desde abril de 2003, os municipários não vêm recebendo a bimestralidade, a lei existe, mas não tem sido cumprida. Até início de 2004, ainda se publicava o Decreto, dizendo que não havia condições de reajustamento; depois, nem sequer o Decreto foi publicado mais.

Hoje Porto Alegre está gastando, das suas Receitas Líquidas, 49% com a folha de pagamento; está ali, beirando a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é 54% para os Municípios. Então, V. Exas que ontem estavam no Governo e que hoje são da oposição; nós, ontem na oposição e hoje do Governo... Eu acho que vamos continuar mantendo um diálogo franco, aberto e honesto com a Cidade.

Primeiro, o Governo está praticando um diálogo com os servidores. Acho que isso é importante, acho que tem de radicalizar esse debate com todos os segmentos, seja o fórum de entidades, seja o SIMPA, sejam os grupos de servidores avulsos. O que o Governo está colocando, Verª Margarete? O Governo está dizendo que dá 4,51% em duas parcelas, e, a partir de 2006, trabalha-se com duas hipóteses: ou o IPCA, ou o crescimento econômico da Cidade, através das Receitas do Município.

Acho que essa comissão, Ver. João Dib, e quero sugerir a V. Exª, se for necessário faço uma petição... É preciso analisar, porque eu manuseei, em vários momentos, um excesso enorme de horas extras, Ver. Todeschini; a Prefeitura está gastando 45 milhões de reais/ano com hora extra. Isso está errado na nossa avaliação. Há alguma coisa errada, Ver. Dr. Goulart. Eu não posso defender privilégios para uma área e não defender para outra. Eu acho que essa é uma questão que precisa ser aberta. Agora, milagre ninguém faz, Ver. Oliboni. Nós precisamos encontrar um caminho que preserve, sim, o direito dos servidores, peça essencial da gestão pública, todavia nós não temos como extrapolar o limite da Lei da Responsabilidade Fiscal, que foi construída pela sociedade brasileira.

Portanto, acho que esse diálogo está estabelecido. E aí eu quero dizer, Verª Sofia - e dirijo-me especialmente à Líder do PT -, o seguinte: a LDO não trata de Orçamento. Vossa Excelência traz uma matéria para a imprensa dizendo que a LDO diminuiu os recursos. Eu quero dizer a V. Exª que, em LDO, não há recurso; onde há recurso é na Lei do Orçamento. A Lei de Diretrizes Orçamentárias é Lei de Diretrizes Orçamentárias, portanto não se trata de recursos. Se fosse o Orçamento, V. Exª estaria com razão ao dizer o que disse hoje na coluna da querida jornalista Vera Spolidoro, mas não procede porque V. Exª está dizendo que é LDO. A LDO não trata de Orçamento; LDO trata de Diretrizes. Talvez V. Exª tenha sido mal orientada.

Em terceiro lugar, Verª Sofia, V. Exª estava propondo que haja diálogo com os servidores, que se restabeleça o diálogo. Esse diálogo não quebrou, não. Eu quero dizer que vejo aqui, da base do Governo e do próprio Executivo, um diálogo permanente, tanto que foi criada uma comissão paritária. Essa comissão paritária tomou algumas decisões tais como tirar da folha de pagamento algumas questões, por exemplo, de que os servidores sempre reclamavam na gestão do Governo de Vossa Excelência. Havia vários enxertos de pagamentos que não diziam respeito à folha, para se poder aumentar, para se chegar ao percentual próximo da Responsabilidade Fiscal. Isso, inclusive, já foi resolvido pela comissão paritária.

Então, parece-me que o caminho, o bom caminho dessa matéria é o caminho da negociação. Nós reconhecemos os direitos dos servidores, achamos que o Poder Público tem responsabilidade e tem limite, e é claro que é nesse caminho, nesse diapasão que nós vamos.

Agora quero dizer, para finalizar, que não adianta haver a bimestralidade, Verª Sofia, se eu não pagar a bimestralidade. Tanto é verdade que, desde 2003, não se paga a bimestralidade. Então, não adianta ter bimestralidade e não pagar a bimestralidade. Isso está equivocado, e o próprio servidor tem consciência: “É melhor haver um índice sobre o qual terei alguma reposição do que haver um outro índice que não me possibilite ter nada”, e é o que está acontecendo há dois anos e sete meses na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, no debate sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, metas e prioridades da Administração Municipal, a área da Saúde apresenta várias novidades importantes, mas uma delas eu queria destacar pela sua importância, por ser imprescindível para a Cidade e por ser, talvez, uma das maiores dívidas que a Cidade tem para com a sua Zona Sul, que é o Pronto-Socorro daquela região.

Não haveria nenhuma outra alternativa deste Governo que não fosse o cumprimento das promessas de campanha numa área de extrema dificuldade, de extrema delicadeza, extremamente sofrida, que é a área da Saúde. A Cidade, em 16 anos do Partido dos Trabalhadores, não conseguiu plasmar, construir, montar uma política na área de socorrismo. Uma das boas coisas que o Partido dos Trabalhadores fez, e eu queria elogiá-los por essa conquista, foi o Serviço de Assistência Médica de Urgência, o SAMU, que melhorou em muito o transporte dos pacientes necessitados de atendimento de urgência e tratamento intensivo. Então, esses dois itens foram fundamentais; houve uma grande melhora.

Mas o Pronto-Socorro Municipal, há muito tempo, mesmo com as imensas obras feitas, não aumentou a sua capacidade de atendimento; ao contrário, há uma superlotação. Inclusive, inicialmente se dizia que era devido ao acesso no Hospital de pacientes de outros Municípios. Hoje, pela política da Secretaria Estadual de Saúde, está desaparecendo, ou diminuindo, a ambulancioterapia. E, mesmo assim, o Pronto-Socorro continua em condições insuportáveis, e o trabalho feito lá, por mais que haja dedicação de seus funcionários, ainda deixa muito a desejar no aspecto limpeza, no aspecto “hotelaria”, e não posso deixar de mencionar que foram criadas verdadeiras enfermarias nos corredores do Hospital.

É indiscutível, por outro lado, o fato de a equipe de trabalho do Pronto-Socorro não dar mais conta da quantidade imensa de acidentes brutais em Porto Alegre, mesmo com políticas de prevenção, como é o caso da política muito bem feita que vinha sendo executada pelo Partido dos Trabalhadores, por exemplo, no que diz respeito a fogos de artifícios e lesões de queimaduras. É excelente. O que é indispensável é que haja a criação do Pronto-Socorro Zona Sul por três questões fundamentais: a primeira delas é a questão de acessibilidade, o acesso fácil; a segunda, a questão de disponibilidade. Não há mais equipe disponível no Pronto-Socorro. Eles trabalham em condições insuportáveis de grande demanda e já superando a capacidade de atendimento. E, terceiro, há a questão de proximidade fundamental. Acesso, disponibilidade e proximidade, e, no que se refere à proximidade, nós temos pessoas que perdem a vida no trajeto entre a Zona Sul e o Pronto-Socorro Municipal, porque a Zona Sul não apresenta as mínimas e razoáveis condições de socorrismo para esse atendimento. A perda de tempo é imensa; o trânsito, sempre congestionado; as condições de acesso, terríveis, Ver. Haroldo de Souza, que tanto tem propugnado por essa idéia e tanto tem liderado, inclusive, movimentos de reivindicações, a Zona Sul também vai lhe dever, em muito, por esse trabalho magnífico que V. Exª tem feito e por esse incentivo. Vossa Excelência tem conseguido transmitir isso no rádio, nas Comissões, nas visitas que fazemos, batendo nessa mesma tecla, em função da imprescindibilidade dessa criação. Isso nos leva a ver que precisamos, neste ponto, de uma nova complementação, já que há um terceiro Pronto-Socorro, de fato, mas não de direito e sem uma política de socorrismo na Cidade, que é o Pronto-Socorro Zona Norte do Hospital Cristo Redentor.

O outro assunto que eu queria debater se refere à questão do atendimento em unidades de educação infantil. Verª Sofia Cavedon, se há alguma coisa que jamais um político vai errar é o investimento na educação infantil, especialmente nas creches. Nós temos um déficit insuportável. As creches recebem de 100 a 150 crianças, dando-lhe o tratamento adequado, o tratamento social adequado, evitando, inclusive, as sociopatias, evitando a deformidade, evitando o desvio dessas crianças da cidadania para a criminalidade. O investimento nessa área é uma das coisas em que nós acreditamos. A creche, a sala de aula e o posto de saúde - investindo nessas três coisas, nunca o político vai errar! E, na LDO, nós temos o privilégio de ter uma aplicação de extrema importância na área da educação infantil.

Por que nós falamos isso? Batemos nessa tecla desde o nosso primeiro dia como Vereador, já neste terceiro mandato. Toda criança que é rejeitada pela creche - como é extremamente comum nas cento e tantas creches da cidade de Porto Alegre conveniadas com a Prefeitura - certamente vai ser uma das moradoras da FASE e das prisões. Se recebessem um tratamento adequado nas creches, na assistência social, essas crianças, que nós estamos fabricando em proporções imensas nesta Cidade, não se transformariam em marginais ou estariam muito próximas à criminalidade, pela ausência dessa questão social. É aqui que nós vamos falar em educação, vamos falar em saúde e segurança ao mesmo tempo, porque estamos fazendo a prevenção criando essas creches, evitando que essas crianças se transformem em futuros criminosos, e aí, então, nós não vamos culpar o Secretário da Segurança, porque houve um assalto e uma pessoa disparou o seu revólver contra uma vítima.

Evidentemente, isso é uma tragédia, uma desgraça, mas não se pode culpar um Governo, não se pode culpar um Secretário, não; a crítica tem que ser feita a um sistema. É essa critica, que começa nessa parte do sistema, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias, providencialmente, está aumentando. Por isso os percentuais, Ver. Ibsen Pinheiro, aplicados na Saúde muito acima daquilo que é previsto na lei e na área da Educação Infantil nos deixam um pouco menos preocupados e um pouco mais esperançosos no sentido de que se diminua essa fabricação infernal de marginais na cidade de Porto Alegre.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito, com profundo pesar, um minuto de silêncio pelo falecimento do publicitário Antônio Mafuz. É um sentimento que assalta toda a nossa Cidade e, por conseqüência, afeta esta Casa, o falecimento de um homem da expressão pessoal e profissional de Antônio Mafuz, ligado ao rádio desde a juventude, tendo sido uma das figuras mais importantes da publicidade no Rio Grande e no Brasil, como fundador da MPM Publicidade; um homem de profunda capacidade afetiva, delicado, simples, tinha não só no meio profissional, mas em todos os ambientes da nossa Cidade o reconhecimento de todos os nossos concidadãos. Por isso, Sr. Presidente, faço este registro e peço que a nossa Casa, com a autorização de V. Exª, manifeste o nosso pesar.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o período de Pauta Especial. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, comunidade caingangue que nos acompanha, que tem um importante projeto que certamente contará com o apoio da totalidade da Casa, restaurando direitos históricos daqueles que são os verdadeiros donos da terra.

Em primeiro lugar, Verª Manuela, queria me referir à importante posse, ontem, da nova Diretoria da União Nacional de Estudantes, num ato extremamente prestigiado que reuniu desde o Senador Arthur Virgílio, do PSDB, até o ex-militante estudantil no período da ditadura, José Dirceu, do PT. Usaram da palavra, além de diversos Deputados do Partido dos Trabalhadores, Deputados do Partido Comunista do Brasil; Deputado Paulo Lima, do PMDB; Senador João Capiberibe, do PSB; Senador Eduardo Suplicy; Senador Artur Virgílio, já citado; Deputado Vivaldo Barbosa, do PDT; Deputado Marcelo Barbieri, do PMDB; em suma, praticamente representantes de todos os Partidos deste País, mais o representante do MST, da CUT, da Conam, da Contag, mostrando o prestígio, a luta e a história da União Nacional dos Estudantes.

Em segundo lugar, queremos referir que há poucos momentos recebemos nesta Casa - eu e os demais Vereadores da CUTHAB, assim como Vereadores de outros Partidos que integram a CUTHAB - uma comissão de moradores da ocupação Anita, que vieram de uma atividade no DEMHAB, onde, depois de algum tempo, foram recebidos pelo Diretor do DEMHAB, e lá esteve acompanhando, no final da reunião, o nosso Assessor, companheiro Leandro. Vou relatar, então, alguns encaminhamentos que, junto com os demais Vereadores, tomamos na tarde de hoje.

Faremos um segundo documento à Juíza do feito, que será entregue, se possível, ainda no dia de amanhã, assinado, Ver. Aldacir Oliboni, não só pelos Vereadores da CUTHAB, mas por todos os Vereadores desta Casa que se dispuserem - o Ver. Mario Fraga garantiu a assinatura dos Vereadores do PDT; a Verª Maristela dos Vereadores do PT; nós, da Bancada do PCdoB; o Ver. Brasinha dos Vereadores do PTB -, e certamente outras Bancadas seguirão o mesmo caminho. Nesse documento, além de afirmarmos o engajamento e a solidariedade desta Casa para solucionar o problema, comunicamos a realização de uma reunião na terça-feira, às 16 horas, nesta Casa, para a qual serão convidados a Prefeitura Municipal; o Governo do Estado, através da Sehadur; o Governo Federal, através da Caixa Econômica; e, do Município, evidentemente, estará presente o DEMHAB, a PGM e outros órgãos, como a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana.

Também estaremos marcando uma audiência com o Secretário da Segurança, para que ele tome conhecimento e tome todas as medidas para evitarmos um conflito de proporções. Também será feito um cadastramento, o DEMHAB havia se comprometido na reunião no dia 19, na ida da comunidade. Como o cadastramento ainda não foi feito, o DEMHAB se comprometeu, até terça-feira, a encaminhar esse cadastramento. Estamos fazendo movimentos fortes para enfrentar o problema.

Por fim, queria dizer que, em relação à Vitória da Conquista, tivemos uma reunião nesta terça-feira pela manhã. Infelizmente a BR Distribuidora, que é dona de metade da área, não se fez presente, e nós tiramos encaminhamentos no sentido de um contato, Ver. Dib, com a direção nacional da BR Distribuidora. Fizemos ontem um contrato com a Casa Civil; encaminhamos hoje um documento assinado pela CUTHAB e já temos retorno de um primeiro contato com a BR Distribuidora, com os elementos que encaminhamos para a Casa Civil, que fará um novo contato. E já temos marcado para o dia 15 de setembro uma audiência na Casa Civil, para que sejam feitos movimentos junto à BR Distribuidora nacional, junto à BR Distribuidora municipal, a fim de que sejam retomadas as negociações.

Com isso, Ver. Dib, estamos prestando contas a V. Exª e aos demais Vereadores a respeito de dois problemas sociais graves, pois a CUTHAB pretende evitar que se consume o despejo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Visivelmente não há quórum. Encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h55min.)

 

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